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Lula recebe elogio de Trump que afirma se encontrar com brasileiro semana que vem

O presidente do Brasil fez o tradicional discurso de abertura da conferência da Organização das Nações Unidas, e fez críticas às sanções dos EUA

Política
Por Redação
23 de setembro de 2025 - 12h47

Lula discursa na ONU (Foto Ricardo Stuckert)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (23) que teve um rápido encontro com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Segundo Trump, os dois se abraçaram e trocaram algumas palavras logo após seus discursos, realizados em sequência no plenário.

“Eu o vi, ele me viu, e nos abraçamos. Tivemos uns 20 segundos de conversa, mas combinamos de nos encontrar na próxima semana. Ele pareceu um homem muito agradável. Na verdade, ele gostou de mim, eu gostei dele”, disse Trump, ressaltando ter sentido uma “química excelente” com o brasileiro.

O governo brasileiro confirmou o breve encontro e também a possibilidade de uma reunião oficial entre os dois líderes nos próximos dias.

Trump discursa na ONU (Reprodução)

Apesar dos elogios, Trump manteve críticas ao Brasil durante seu discurso na ONU. Ele citou “tarifas elevadas” impostas em resposta ao que classificou como “esforços sem precedentes para interferir nos direitos e nas liberdades de cidadãos americanos”, mencionando censura, repressão, uso político de instituições e perseguição a opositores.

Analistas ouvidos pela imprensa americana destacaram a dualidade do posicionamento de Trump. O professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard, Vitelio Brustolin, afirmou que o gesto representa um “passo importante”, mas que não indica mudança no tom crítico em relação ao governo brasileiro. .

Lula critica sanções dos EUA e reafirma defesa da democracia

Ao abrir a 80ª Sessão da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (23), em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil e alertou para o avanço do autoritarismo no cenário internacional.

“O multilateralismo está diante de uma nova encruzilhada. A autoridade desta organização [ONU] está em xeque. Assistimos à consolidação de uma desordem internacional marcada por atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais que se tornam regra”, afirmou Lula.

Segundo o presidente, há um “paralelo evidente” entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia. “O autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente a arbitrariedades. Quando a sociedade internacional vacila na defesa da paz, da soberania e do direito, as consequências são trágicas”, disse.

Lula também destacou que forças antidemocráticas agem em várias partes do mundo, buscando enfraquecer instituições e sufocar liberdades. “Mesmo sob ataques sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia, reconquistada há 40 anos, depois de duas décadas de governos ditatoriais.”

Sanções dos EUA

As declarações de Lula fazem referência às medidas impostas pelo governo de Donald Trump, que aplicou tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e adotou sanções contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre as ações está a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. A legislação norte-americana prevê bloqueio de bens e restrições financeiras a acusados de violar direitos humanos no exterior.

O governo dos EUA também cancelou vistos de ministros da Corte, incluindo Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin. Na segunda-feira (22), as sanções foram estendidas à advogada Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes.

Em nota, o governo brasileiro classificou a medida como uma “agressão inaceitável” e afirmou que o país “não se curvará” às pressões.

Com informações do G1 e Agência Brasil