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Visita técnica avalia permanência de famílias na Ilha do Mombaça, em Campos

Objetivo foi discutir alternativas para um impasse fundiário que envolve cerca de 30 famílias que vivem no local

Campos
Por Redação
16 de setembro de 2025 - 7h34

Reprodução Secom/PMCG

Representantes da Prefeitura, do Tribunal Regional Federal, da Defensoria Pública do Estado e do Ministério Público Federal realizaram, nesta segunda-feira (15), uma visita técnica à Ilha do Mombaça, no Rio Paraíba do Sul, na altura do bairro Pecuária, em Campos. O objetivo foi discutir alternativas para um impasse fundiário que envolve cerca de 30 famílias que vivem no local.

Segundo o subprocurador-geral do Município, Luiz Francisco Boechat Júnior, a questão teve início em 1992, quando uma decisão judicial determinou a retirada dos moradores por razões ambientais. O processo, entretanto, foi levado à Comissão de Soluções Fundiárias, que busca uma saída que concilie a permanência das famílias com a preservação ambiental.

“Essas famílias são economicamente vulneráveis, mas, além de garantirem sua subsistência, também contribuem para a conservação da ilha. Caso fossem removidas, a fiscalização seria mais difícil diante da dimensão territorial de Campos. A presença delas ajuda a manter o espaço preservado”, afirmou Boechat.

Integrante da Comissão de Soluções Fundiárias, a juíza federal Ana Carolina Vieira de Carvalho destacou que a mediação busca evitar remoções forçadas e assegurar os direitos das comunidades. “Nosso papel é abrir caminhos para que as pessoas permaneçam em suas casas e mantenham seus modos de vida, sempre com diálogo e soluções consensuais”, explicou.

A defensora pública Carolina Henrique Gomes, que acompanha o caso, reforçou que a comunidade sobrevive da agricultura de subsistência. “São famílias que plantam, colhem e preservam o ambiente em que vivem. Entre elas, há crianças e idosos. Atuamos para que sejam ouvidas no processo e para que possam continuar na ilha, ainda que cumprindo condicionantes ambientais”, disse.

Morador da Mombaça há 27 anos, o agricultor Vanildo Campos Santana resumiu a rotina da comunidade. “Aqui a gente planta de tudo, e tudo é para o nosso sustento. O que produzimos fica para nós mesmos. Não podemos sair daqui, porque é a nossa vida”, afirmou.