O ex-secretário de governo de Campos, Anthony Garotinho foi preso pela Polícia Federal (PF) na sede da Rádio Tupi, na capital fluminense, enquanto apresentava o programa “Fala Garotinho”, por volta das 10h30 desta quarta-feira (13). Ele está a caminho de Campos, onde fará exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal. Depois, ele será ouvido na delegacia da PF no município e seguirá casa, no bairro da Lapa, onde cumprirá prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
Garotinho foi condenado em primeira instância a 9 anos de prisão por envolvimento no esquema que trocava inscrições fraudulentas no programa Cheque Cidadão, da Prefeitura de Campos, por votos em candidatos de seu grupo político nas eleições municipais de outubro de 2016. A sentença foi proferida nesta terça-feira pelo juiz Ralph Manhães, da 100ª Zona Eleitoral (ZE), e publicada na manhã desta quarta.
De acordo com o delegado Gabriel Duarte Souza, da PF, Garotinho responderá pelos crimes de formação de quadrilha, compra de votos e coação de testemunhas no curso do processo.
“O cumprimento da sentença na residência de Garotinho será fiscalizado permanentemente pela Polícia Federal. O juiz deu um mandado concedendo total acesso à casa durante a prisão domiciliar, no sentido de monitorar acesso à internet, uso de telefones e visitação. Só parentes próximos e advogados poderão frequentar o local”, disse.
Ainda segundo o delegado, o juízo da 100ª ZE identificou, na sentença, indícios de outras condutas criminosas por parte do ex-governador, que poderão gerar outras investigações no futuro.
Em nota, o advogado Carlos Azeredo, responsável pela defesa de Garotinho, afirma que “repudia os motivos apresentados para a prisão do ex-governador e entende que a decisão de mantê-lo preso em casa, em Campos, tem a intenção de privá-lo de seu trabalho na Rádio Tupi e em seus canais digitais e, com isso, evitar que ele continue denunciando políticos criminosos importantes, alguns deles que já foram até presos”.
A nota continua, afirmando que o processo se baseia em “suspeitas infundadas de compra de votos”. A defesa diz, ainda, “que a prisão domiciliar, além de não ter base legal, causa danos à sua família já que o impede de exercer sua profissão de radialista e sustentar sua família”.
Por fim, Azeredo garante que o ex-governador irá recorrer da decisão.
Confira, abaixo, o mandado expedido contra o ex-governador: