A Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), em parceria com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), lançou nesta terça-feira (9) um manual inédito sobre igualdade racial no setor turístico. O evento ocorreu em Salvador (BA), durante o workshop Trilhas do Afroturismo Internacional.
O guia apresenta o afroturismo como segmento que valoriza e promove a cultura, a identidade, a história e a ancestralidade negra, propondo experiências conduzidas por protagonistas negros. A iniciativa é uma resposta ao cenário de exclusão enfrentado por esse público e busca alinhar o setor aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, como a redução das desigualdades, a erradicação da pobreza e a promoção da igualdade de gênero.
Para o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, a proposta vai além de uma pauta social. “Promover a igualdade racial é questão de justiça, mas também de inteligência de mercado e competitividade. Criar ambientes inclusivos e seguros qualifica nossos destinos e posiciona o Brasil como referência no afroturismo, um segmento com enorme potencial”, afirmou.
A coordenadora de Afroturismo, Diversidade e Povos Indígenas da Embratur, Tania Neres, reforçou que o manual serve como ferramenta prática para empresas do setor. Já o diretor de Diversidade da CAF, Eddi Marcelin, destacou o impacto econômico positivo do fortalecimento do afroturismo, que celebra a memória e o orgulho da população negra.
Entre as diretrizes, o documento recomenda que empresas revisem anúncios de vagas para evitar termos excludentes, ampliem a divulgação em redes comunitárias negras, diversifiquem os painéis de entrevistadores e invistam em formação contínua em Letramento Racial. Também sugere que materiais de divulgação representem positivamente a diversidade, evitando estereótipos.
De acordo com a consultora Natália Oliveira, integrante da equipe que elaborou o material, o guia é um marco no caminho para um turismo antirracista no Brasil. “É um avanço fundamental para orientar práticas que garantam acolhimento e reconhecimento ao turista negro”, destacou.
Com informações da Agência Brasil