Com o avanço do outono e a chegada do inverno, Campos dos Goytacazes enfrenta uma crescente circulação de vírus respiratórios, com destaque para a influenza A (H1N1). Este assunto faz parte da reportagem especial do J3News desta semana, “Doenças respiratórias lotam hospitais e UTIs” (leia aqui). De acordo com dados recentes do laboratório XY Diagnose, os principais vírus detectados atualmente na cidade incluem Influenza A, Rinovírus, Vírus Sincicial Respiratório, Adenovírus e Enterovírus — todos com potencial de causar quadros leves a graves, principalmente em pessoas com comorbidades.
A médica infectologista Andreya Moreira, que também integra a equipe médica do Hospital Dr. Beda, destaca que o cenário é de atenção. “Estamos passando por um período importante de sazonalidade, assim como o resto do Brasil, mas aqui com um índice muito alto de H1N1. Além disso, há uma virose ainda em investigação, que parece prolongar o tempo da doença em alguns pacientes”, afirma.
Segundo a especialista, casos que evoluem para pneumonia têm sido recorrentes, especialmente entre idosos e pacientes com doenças crônicas como asma, insuficiência renal e DPOC. A gravidade dos quadros tem resultado em internações prolongadas, ocupação de leitos e até necessidade de intubação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). “Isso gera um impacto muito grande tanto para o hospital quanto para a comunidade”, ressalta.
Para evitar o agravamento da situação, a médica reforça a importância da prevenção. “A principal estratégia é a vacinação. A vacina pública está disponível em vários locais de Campos e cobre duas cepas de influenza A e uma de influenza B. Ela é essencial para reduzir não só os casos graves, mas também a circulação viral na cidade.”
Além da vacina, Andreya Moreira destaca outras medidas preventivas, como o isolamento social de pessoas com sintomas gripais. “Aquela pessoa com sintomas não deve ir à escola nem ao trabalho. Se for imprescindível sair, deve usar máscara. A transmissão acontece por gotículas e é muito fácil de ocorrer”, orienta. A médica também lembra da importância da higienização frequente das mãos e do distanciamento de pelo menos um metro entre as pessoas.
Em um momento de pressão sobre os serviços de saúde, a conscientização da população e o cumprimento rigoroso das orientações médicas são fundamentais para reduzir a transmissão e evitar complicações graves associadas às infecções respiratórias sazonais.
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