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Plataforma da Petrobras com 240 trabalhadores na Bacia de Campos é interditada pela ANP

Informação foi divulgada pelo Sindipetro NF; a medida se deve a constatação de riscos de segurança graves no local

Região
Por Redação
17 de abril de 2025 - 7h57

Foto: Arquivo/Ilustração

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) determinou a interdição total das operações com hidrocarbonetos na plataforma P-53, operada pela Petrobras na Bacia de Campos. A medida foi tomada após auditoria realizada entre os dias 8 e 16 de abril, que constatou riscos graves e iminentes à vida dos trabalhadores e ao meio ambiente. As informações são do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF).

De acordo com o relatório técnico da ANP, foram identificados diversos desvios críticos de segurança, muitos deles reincidentes, já apontados durante uma interdição anterior da mesma unidade, ocorrida em fevereiro de 2024. Entre os problemas estão a degradação severa de estruturas fundamentais, ausência de medições técnicas confiáveis, falhas na avaliação de danos e omissão no envio de documentos obrigatórios, como o relatório estrutural elaborado por entidade especializada, que sequer foi encaminhado à agência reguladora.

O relatório destaca que vigas com elevado grau de corrosão, inclusive as que sustentam tubulações de fluidos perigosos, foram ignoradas nos relatórios apresentados pela Petrobras. Para a ANP, essas omissões comprometem diretamente a segurança da unidade, especialmente em situações de incêndio ou explosões. A plataforma abriga atualmente 240 trabalhadores.

Para Alexandre Vieira, diretor do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, a interdição é uma medida necessária, diante do que considera falhas recorrentes da gestão da estatal em seguir protocolos de segurança. “A ANP fez seu papel, garantindo a segurança dos trabalhadores. A Petrobras, infelizmente, não demonstrou a competência técnica que tem”, afirmou.

O Sindipetro NF denunciou ainda que Petrobras realizou uma auditoria interna, cujos resultados teriam sofrido interferência. Segundo Vieira, houve pressão sobre as equipes técnicas e até a substituição do relatório original por um segundo documento elaborado pela área corporativa da empresa. “É preciso mais escuta e respeito ao que dizem os profissionais da ponta operacional. Essa negligência não contribui com a segurança nem com a continuidade das operações”, conclui.

Fonte Sindipetro NF