Dois casos de feminicídios chocaram Campos em pouco mais de um ano. Em 2023, Letycia Fonseca, foi vítima de um crime encomendado pelo homem que amava e com quem convivia. Em outubro de 2024, Eliana Tavares foi atropelada e morta pelo filho.
Letycia estava grávida de oito meses quando os tiros encomendados pelo seu companheiro atingiram sua barriga que gestava um filho dele. O menino com nome já escolhido chegou a nascer, mas não resistiu e, em caixão separado, foi sepultado ao lado da mãe.
Além do ambiente familiar, onde tecnicamente um protege o outro, chama a atenção o nível educacional de ambos os algozes: o companheiro de Letycia, professor universitário, e o filho de Eliana, estudante de medicina.
Esses dois casos chamam ainda mais a atenção para esse crime e mostram que mesmo com todos os avisos, alertas e prevenção, as mulheres continuam sendo vítimas de violência independente do ambiente. Foram criadas medidas como a Delegacia da Mulher, medidas protetivas para manter o agressor distante e a repressão imediata ao menor sinal da ameaça.
A Polícia Civil, em ambos os casos, agiu rápido, tanto na 134ª DP (Centro), no caso de Letycia, quanto na 146º DP (Guarus), no caso Eliana. O estudante de medicina foi preso logo após atropelar a mãe e o professor universitário, que mandou matar a companheira, foi preso alguns dias depois, em um importante trabalho de investigação.
A prisão preventiva do estudante foi decretada e ele transferido para um presídio em Itaperuna. O mesmo rigor, quando da prisão do professor universitário, que está na mesma penitenciária. O professor irá a júri popular, como decidiu a Justiça na semana passada. O crime do estudante, ainda passará pelo crivo da justiça penal.
Eliana, atropelada pelo próprio filho, prestes a se formar em medicina, certamente sonhava que ele como médico poderia, um dia, salvar sua vida. Para Letycia, vítima de crime de mando, tendo por trás seu companheiro, de quem gestava um filho, veio a morte. Tudo isso foge a compreensão humana, e não é drama. É crime.