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Em Campos, coreto do Jardim do Liceu segue com interdição

Monumento tem acesso bloqueado por tapumes, mas não está em obras

Patrimônio
Por Redação
16 de setembro de 2024 - 0h00
Proibido|Placas de alumínio impedem o acesso ao coreto (Fotos: Josh)

A Praça Barão do Rio Branco, mais conhecida como Jardim do Liceu, é um dos cartões postais de Campos dos Goytacazes. Ela integra alguns prédios históricos em seu entorno: Câmara Municipal, Casa de Cultura Villa Maria e Liceu de Humanidades. Apesar da relevância, há relatos de moradores e frequentadores sobre insegurança e abandono. O coreto centenário, por exemplo, há um ano está interditado para reformas. O espaço também estava sendo utilizado por pessoas em situação de rua. A Prefeitura de Campos e o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) tentam entendimentos sobre aprovação de obras, por se tratar de monumento tombado pelo estado.

A equipe de reportagem esteve no Jardim do Liceu durante um dia da semana. É comum encontrar estudantes em momentos de descontração; pais e filhos passeando; pedestres a caminho de algum lugar próximo; trabalhadores e moradores têm a praça como parte do percurso. Algumas pessoas reclamaram de insegurança no local. Um dos monumentos da praça é o coreto centenário, tombado pelo Inepac em 1985. Desde julho de 2023, está coberto por tapumes. Foi interditado para restauração, mas também para impedir a ocupação de pessoas em situação de rua. Segundo relatos, isto contribuía para aumentar a degradação.

Estudante|Sarah de Souza

A estudante Sarah de Souza, de 20 anos, diz que se sente insegura na praça. “Às vezes, passam guardas por aqui. Se caso ocorrer um assalto ou algo do tipo, ninguém vai poder ajudar. Ano passado houve um assalto aqui. Melhoraram a segurança com guardas municipais, mas isso parou. A gente não gosta de ficar conversando no local, pois tem esse risco de ser assaltado”, comenta.

Aposentado|Roberto Henrique

O aposentado Roberto Henrique também se queixa. “A praça está abandonada. O poder público está deixando a desejar. Isso aqui é um lugar ótimo, arejado, bom para namorar”, diz.

A situação do coreto interditado também é alvo de críticas dos frequentadores. “A praça é muito bonita, principalmente à noite. A primeira vez que vi esses tapumes, descobri que realmente a intenção é para impedir dos moradores de rua dormirem lá. Era horrível. Além de sujo, a gente tinha insegurança em passar por ali, dependendo da hora. Era perigoso, porque eles abordavam as pessoas”, recorda a dentista Débora Seixas.

Restauração|Inepac cobra trabalho de manutenção do local

O chefe do Escritório Técnico Regional do Norte Fluminense do Inepac, Geovani Laurindo, explicou sobre a não realização de obras e restauração do coreto da praça tombada. “No fim de 2022, o Inepac enviou ofício para a prefeitura sobre a situação do coreto, cobrando um trabalho de manutenção de restauro. Depois, com uma vistoria mais apurada, pediu a interdição. O forro com madeira soltas e o guarda-corpo com partes quebradas têm risco de queda. A reforma do coreto até hoje não aconteceu. Ter morador de rua dentro do coreto é uma coisa que a gente lamenta. Mais uma vez a gente vai cobrar a Prefeitura e a Guarda Municipal, que deve zelar pelo patrimônio público.

Prefeitura se manifesta
Quanto aos equipamentos da Praça do Liceu, a Prefeitura de Campos, por meio da Secretaria de Planejamento, emitiu uma nota. Diz que já desenvolveu um projeto para melhorias na praça. “O projeto consta, inclusive, de melhorias nas calçadas, com itens de acessibilidade aos equipamentos. Os equipamentos, no caso, são o coreto e o chafariz, tendo em vista que a praça fica num plano abaixo do nível das ruas. Contudo, esse projeto foi encaminhado ao Inepac, que é o órgão gestor dos patrimônios tombados. Já foram feitos alguns ajustes, mas é necessário, ainda, que o órgão dê novas diretrizes após as alterações solicitadas por ele”, informou.

A reportagem do J3News também entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar, para que se manifestasse em relação à reclamação de insegurança, supostos assaltos e tentativas de assalto, relatados pelos frequentadores da praça. Até o fim desta edição, não houve resposta por parte do 8º BPM.