Por mais que se queira suavizar o peso que recai sobre agosto, não há como negar que a má fama do mês vem de longe. Claro, pode ser pura crendice. Por outro lado, não apelidaram de “mês do agouro” à toa. Ainda que por meras coincidências, seriam ‘coincidências de agosto’.
Visto sob outro prisma, digamos de observação científica, cabe advogar que a marca de agosto como o mês de grandes tragédias e mortes obscuras ganharam repercussão face ao momento e às circunstâncias. Isso porque, pedindo vênias ao que guardam entendimento contrário, diferente do que se costuma pensar não é de todo seguro afirmar que pertence a agosto as catástrofes e fatalidades que mais assolaram o mundo. Antes, precisam ser divididas com demais meses do calendário.
Tema complexo
De toda maneira, não é possível isentar agosto de infortúnios e sofrimentos brutais, que provavelmente por essas características – acima de outras – tiveram divulgação sob holofotes mais potentes.
Para citar apenas uma, certamente a de maior tormento da metade do século XX aos dias atuais, as bombas atômicas lançadas sobre de Hiroshima e Nagasaki, respectivamente em 06 e 09 de agosto de 1945, que instantaneamente mataram 300 mil pessoas cujos os efeitos da radiação são até hoje sentidos naquelas cidades japonesas.
Em agosto, os últimos dias de Pompeia
Quando se fala que nas circunstâncias que ajudaram a empurrar agosto para ser o mês do desgosto, há que levar em conta, entre outros aspectos, o tempo. Eventos que vêm de muito longe e deixaram marcas históricas no mês. Exemplo irrefutável foi a destruição da cidade de Pompeia, que derreteu após estrondosa erupção vulcânica no Monte Vesúvio, dizimando, impiedosamente, sua população. A data foi 24 de agosto do ano de 79 d.C. O episódio impôs pesado fardo sobre agosto e um dos mais antigos e fortes a criar toda a superstição em torno do mês.
Em outra face, um dos grandes vilões de todos os tempos, “Jack, o estripador”, entrou para o mundo do crime em agosto de 1888, dando início aos sanguinários assassinatos que lhe valeram a ‘fama’ do mais cruel serial killer que se tem conhecimento.
Há exatos 10 anos, o acidente ‘inconclusivo’ que matou Eduardo Campos
Em 13 de agosto de 2014, o presidenciável Eduardo Campos morreu num acidente aéreo quando o jato executivo Cessna 560XL acelerou com potência máxima direto para o chão.
Depois de uma série de dúvidas sobre as causas da queda da aeronave, o irmão de Eduardo, Antônio Ricardo Campos, levantou a tese de que o acidente teria sido “provocado”, com “indícios de assassinato”. A tragédia gerou enorme comoção no país. Eduardo Campos tinha, então, 49 anos.
Na época, especulou-se que o motivo teria sido falha em algum instrumento do jato ou desorientação espacial. Os investigadores não conseguiram determinar a causa da queda face à ausência de equipamentos na cabine de comando. O inquérito foi arquivado quase 5 anos depois como inconclusivo.
Tragédia em menos de 40 minutos – O avião decolou do Santos Dumont (Rio), 9h21, com destino à Base Aérea de Guarujá, em Santos. Chovia bastante na região. Às 9h50 o piloto informou não ter visibilidade para pousar e às 10h o controlador aéreo perdeu contato com o Cessna 560, que caiu em Santos. Além de Eduardo Campos, outras 6 pessoas morreram no acidente.
O azar de agosto é intrínseco ao mês
Não há como negar, os agostos carregam uma pecha que, no mano a mano com qualquer outro mês, vencem com larga folga. Porém, colocar tudo na conta da superstição é exagerado otimismo visto que traz a desventura em suas entranhas quando comparado a qualquer outro dos 11 meses.
Aqui se faz um modesto apanhado das tragédias pessoais, das mortes suspeitas, dos acidentes não explicados, dos grandes conflitos mundiais, das crises políticas e das adversidades em geral. Logo, justifica-se a continuidade do tema em nova publicação, para que se dê à questão a devida importância.