×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Prévia de análise da UFRJ descarta presença de saxitoxina na água do Rio Paraíba do Sul, em Campos

Análise atende a uma ação do Ministério Público que também solicitou à Uenf pesquisa sobre as condições da água que abastece o município

Campos
Por Redação
30 de julho de 2024 - 9h46
Tom da água do Rio Paraíba do Sul está esverdeado (Foto: Josh)

Nesta terça-feira (30), uma prévia do laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro descartou a presença de saxitoxina em amostras colhidas da água do Rio Paraíba do Sul, que abastece o município de Campos dos Goytacazes. A análise atende a uma ação do Ministério Público que, junto a pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense,  manifestaram  preocupação com cianobactérias presentes na água. Além disso, o MP solicitou que a concessionária utilize carvão ativado para o tratamento da água. O MPRJ e a Uenf seguem acompanhando a análise da UFRJ em relação à água distribuída.

O Ministério Público vem cobrando o uso de carvão ativado no processo de tratamento de água e transparência na divulgação de dados à população. A concessionária Águas do Paraíba já estaria utilizando o carvão ativado e a expectativa é que ocorra a inclusão da substância nesta nova etapa de limpeza, dentro do processo de tratamento regular que já é realizado. O que seria suficiente para eliminar cheiro e melhorar a qualidade da água que abastece o município e nos últimos dias tem apresentado cheiro e gosto, gerando reclamações de milhares de consumidores.

Nos últimos dias, a condição e a qualidade da água potável são motivos de queixas e reclamações de moradores de vários bairros de Campos. Gosto e odor de mofo e terra na água foram relatados. O tom esverdeado da água do Rio Paraíba do Sul em alguns trechos chama à atenção de pesquisadores e da população. Na última sexta-feira (26), uma análise do laboratório da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro apontou cianobactérias na água, após solicitação do Ministério Público. 

Vista da cidade de Campos da Ponte da Lapa

A substância geosmina pode conferir gosto e odor de mofo e terra à água, segundo pesquisadores. A saxitoxina gera preocupação por conta dos possíveis efeitos em animais e humanos. De acordo com o diretor do Comitê Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana, João Siqueira, a qualidade da água distribuída a partir da captação do Rio Paraíba do Sul e afluentes requer atenção:

“A qualidade da água começou a ficar pior no Rio Pomba (Minas Gerais), como sempre acontece todo ano neste período, quando diminui a vazão do Rio. Sem chuvas em Minas e na Serra Fluminense, que são afluentes de abastecimento do Rio Paraíba, a vazão natural diminuiu. A vazão que manteria o Rio (Paraíba) era a que vem de São Paulo. Mas, acontece que dois terços delas está sendo transposta para o Rio de Janeiro. Nós estamos ficando com apenas um terço que é uma quantidade muito pequena: 70m³. O ideal seria 250m³. Assim, ficamos com uma vazão ecológica ínfima, 30% abaixo do natural”, disse.

Em seu site, a concessionária Águas do Paraíba informa que “o período de seca prolongada com grandes alterações na temperatura e a baixa vazão dos rios no noroeste Fluminense, ocasionaram a proliferação de algas cianofíceas no Rio Paraíba do Sul, afetando a qualidade da água bruta em diversos municípios da região, inclusive, Campos dos Goytacazes. A concessionária esclarece que essas manifestações são temporárias e eventuais efeitos de gosto e/ou odor, que possam ser percebidos por parte da população na água tratada, não apresentam nenhum risco à saúde. Apesar da última análise laboratorial (recebida em 25/07) ter identificado a presença dessas algas na água bruta captada no rio, a água tratada está em conformidade com os parâmetros da Legislação, própria para consumo”.

LEIA TAMBÉM

Concessionária explica que mancha escura no Rio Paraíba foi causado por carvão ativado: “não é nocivo”

Diretor do Comitê Baixo Paraíba afirma que solução para água pode ser resolvida com boa vontade do Estado

Água em Campos: laudo aponta toxina que demanda atenção e concessionária diz não haver risco à saúde

Laboratório da Uenf afirma que cianobactéria em água do rio Paraíba demanda atenção aos órgãos ambientais e concessionária

Prefeitura de Campos notifica Águas do Paraíba e solicita laudos de potabilidade da água