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Socióloga defende mulheres e maior diversidade na Câmara de Campos

Luciane Silva é professora da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Política
Por Ocinei Trindade
6 de julho de 2024 - 7h00
Luciane Silva é professora da Uenf

Na reportagem especial do J3News desta semana, “Mulheres em busca de vaga na Câmara”, a socióloga Luciane Silva discorre sobre a necessidade do Legislativo eleger mulheres nas eleições de outubro. Ela é professora da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Defende maior diversidade na Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes, sobretudo a representatividade mulheres pretas e periféricas.

Como analisa a participação de mulheres na política do Brasil atualmente, além da perspectiva de eleição para as Câmaras de Vereadores este ano?

O princípio da diversidade, da igualdade e do respeito aos direitos humanos me parece fundamental para a defesa de mais mulheres nas Câmaras de Vereadores no Brasil, mais particularmente em cidades que não costumam ter a representação de uma diversidade. Não só mulheres, a gente tem que falar aqui de gênero, raça, a pauta LGBTQIAPN+, povos originários. Quando falamos de mulheres, nós estamos abrindo um leque e olhando um horizonte com um caminho muito mais amplo para as minorias políticas.

Isso é importante porque são as minorias políticas as maiores vítimas da desigualdade. A população de Campos que vive na ponta mais vulnerável é uma população de mulheres negras que sofrem no corpo a violência. Se a gente quiser falar da população das mulheres, mas também da população LGBTQIAPN+, pois são as minorias políticas que não acessam a universidade; se a gente quiser falar dos moradores de favela e das pessoas que vivem em situações de vulnerabilidade social.

Qual seria a representação ideal de mulheres nas eleições de 2024?

Penso que uma Câmara que represente essa pauta das minorias políticas, tem que incorporar essas minorias na sua composição. Nesse sentido que a defesa de mulheres não é apenas uma questão vazia; não é uma bandeira porque são mulheres, mas muito mais por conta das lutas, das bandeiras que são levantadas pelas mulheres ao longo da história do feminismo; da luta por direitos iguais no ambiente de trabalho; contra a violência. As mulheres estão na ponta dos cuidados. São elas que compreendem o cotidiano, muitas vezes, dos seus bairros.

Como deve ser a participação feminina nas decisões políticas e nas questões de desigualdade?

Acabo de fazer uma pesquisa  e a maioria das pessoas que responderam o que seria melhor no seu bairro foram mulheres. Elas entendem muito mais do cotidiano local. Nada mais justo do que termos a representação de mulheres nas Câmaras. Essa é a minha defesa. Se os nossos representantes devem exibir as marcas da sociedade, as marcas da sociedade são essas. Nós temos uma população formada por mulheres, por negros, por povos originários, por LGBTQAPN+. São pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social e precisamos de políticas públicas que deem conta dessas marcas;  dessas biografias; da história que o povo do Brasil carrega, em geral, quando nós falamos de desigualdade.

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