O Brasil tem registrado uma procura considerável por consultas e terapias que possam diagnosticar pessoas com Transtorno Espectro Autista (TEA) e auxiliar no desenvolvimento desses pacientes. Nesse contexto, diversos profissionais desempenham papéis importantes nesses processos, inclusive o neuropsicólogo.
Diagnosticar uma doença ou um transtorno envolve muitas complexidades e o TEA não é diferente. De acordo com a psicóloga infantil e neuropsicóloga Raquel Melo, o processo avaliativo de crianças com TEA requer a articulação cuidadosa de múltiplas fontes de informação.
“É fundamental a interlocução de vários profissionais da saúde, como psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, terapeuta ocupacional, entre outros. Como também aqueles que lidam com esse paciente na escola, por exemplo, professores e coordenadores. Ao profissional de referência nesse processo, que geralmente é o especialista que melhor estabelece vínculo com a família, é incumbida a tarefa de avaliar os comportamentos infantis atuais e a história de desenvolvimento pregressa, tendo como base as observações diretas da criança, em contexto interativo com o avaliador, e o relato dos pais, na ocasião das entrevistas iniciais”, explica a especialista. E acrescenta, destacando que a intervenção precoce é importante para um melhor prognóstico:
“A maioria das crianças com TEA apresenta problemas no desenvolvimento entre os 12 e 24 meses, e alguns ocorrem, inclusive, antes dos 12 meses. De forma geral, caracteriza-se por um funcionamento clínico complexo que envolve dificuldades observadas na comunicação, nas relações interpessoais, na expressão e no reconhecimento de expressões faciais, em aspectos qualitativos da linguagem, entre outros sintomas comportamentais”, pontuou.
Papel da Avaliação Neuropsicológica
Uma ferramenta que contribui tanto no diagnóstico quanto no desenvolvimento de pessoas com TEA é a Avaliação Neuropsicológica. Isso porque a realização deste procedimento auxilia na identificação de áreas cognitivas e emocionais que podem ser diferentes em uma pessoa no espectro, além de analisar qual o grau de severidade do Transtorno.
“A Avaliação Neuropsicológica se caracteriza por um processo complexo e amplo pelo qual, a partir das queixas relatadas pelo paciente e/ou familiares e observadas pelo profissional, procura-se examinar o desempenho de diferentes processos cognitivos e sua funcionalidade. Avaliam-se funções neuropsicológicas específicas, tais como atenção, percepção, memória, linguagem, funções executivas, habilidades aritméticas e seus respectivos componentes”, detalha. E complementa:
“Essa avaliação é feita por meio de uma série de procedimentos complexos e minuciosos, que incluem: Testes neurológicos e psicológicos específicos; anamnese a partir de entrevistas com os familiares e observação clínica”, diz.
Raquel Melo – Neuropsicóloga
Rua Voluntários da Pátria, 487 – Edifício Palladium – Sala 1103
Tel: (22) 99959-6383
