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Silêncio, por favor

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BLOG
Por Eliana Garcia
3 de dezembro de 2023 - 12h16

Foi piscar os olhos e já estamos no final do ano. Papai Noel já está com as botas engraxadas, a roupa bem passada e só faltam alguns presentes para as pessoas mais exigentes. Até ele parece ter sido contagiado pelo burburinho ininterrupto da cidade.

Aliás, burburinho fora e dentro de casa. É, muitas vezes, tudo barulhento demais: a família conversa alto, o cachorro late, o da vizinha também, a televisão sempre ligada, o ventilador está fazendo um ruído, a campainha toca, alguém grita.

Ufa!!! E há ainda as redes sociais que parecem nos deixar sempre em
alerta.

Ontem fui a uma cafeteria procurando tranquilidade em primeiro lugar e uma panqueca com geleia de frutas vermelhas e capuccino gelado. Não foi uma experiência feliz. Todas as mesas estavam ocupadas com pessoas que conversavam tão alto que saí de lá com a cabeça explodindo. Se demorei quarenta minutos lá, foi o máximo de tempo que suportei.

Penso que cafeteria é lugar sim de um bom bate papo, mas de maneira tranquila, voz baixa, sem alaridos, por favor. Saí de lá e voei para o meu aconchego e nele permaneci em silêncio, aquietando meu corpo e minhas ideias. Por mais contraditório que pareça, entrar em estado de silêncio
exige esforço. Atualmente, é imperativo que não nos deixemos levar pelos sons das ruas, das mídias, das casas…

É preciso ouvir o nada, o vazio de vozes para que possamos escutar a voz de dentro e refletirmos sobre ela.