Longe de querer lançar olhar simplista sobre o tema – que de fato reúne um conjunto de variantes que deve ser analisado – a greve dos servidores públicos de Campos por reajuste salarial e a resistência do governo em concedê-lo, é questão que pode ser desmembrada em etapas.
A primeira delas – preliminar a todas as outras – está nas informações acerca da receita própria do município, sobre o que entra de royalties e, ainda, do que é gasto com DAS, RPA e servidores.
Enfim, se houver espaço financeiro que não fira o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) assinado junto ao TCE-RJ e não colida com a Lei de Responsabilidade Fiscal, então o governo vai precisar dizer o porquê não concede reajuste ao servidor depois de 6 anos de perdas no poder de compra – algo que, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Campos (Siprosep), está na casa de 48%, sendo que a entidade reivindica aumento de 15%.
Por outro lado, se ao longo de 2021 – mais os 5 meses deste ano –, o município não obteve aumento de receita e comprovar a incapacidade financeira, então o justíssimo e necessário aumento para o funcionário público municipal estará comprometido e a própria greve poderá vir a ser questionada.
Ainda assim, nada impede que governo e servidores sentem à mesa e busquem alguma alternativa.