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Maternidade Lilia Neves implanta um projeto especial de parto humanizado

Obstetra fala dos benefícios do processo de humanização para chegada de um bebê

Saúde
Por Redação
29 de maio de 2017 - 16h26
Obstetra Thayanna Matsuda (Foto: Silvana Rust)

Obstetra Thayanna Matsuda (Foto: Silvana Rust)

A descoberta de uma gravidez gera muitas expectativas e ansiedade dentro do seio familiar, principalmente para a mãe, que carrega o bebê em seu ventre. Uma das maiores preocupações é o momento do parto e de como será a chegada do recém-nascido. Nos últimos três anos, houve um aumento considerável na quantidade de mulheres que optaram pela humanização desse momento, amparadas também por diversas leis que regulamentam a prática.

Um processo que atende as vontades da paciente e faz com que mãe e filho vivam integralmente a experiência do parto natural, de forma mais humana. Desde março do ano passado, a obstetra Thayanna Alves Matsuda é uma das responsáveis pelo parto humanizado na maternidade Lília Neves, em Campos. A unidade tem uma sala reservada e preparada especialmente para esse processo tão delicado, natural e espontâneo, e n t r e mãe e bebê. “A humanização do parto é quando não há nenhum tipo de intervenção. A paciente vai entrar em trabalho de parto no momento em que o bebê decidir. O ideal é proporcionar um ambiente calmo, conversar e estimular a gestante a andar. A intenção é que a mulher tenha autonomia sobre o corpo dela. Se ela quer que coloque luz baixa, se prefere que o pai da criança esteja ao seu lado naquele momento, por exemplo. As mulheres querem o direito de conhecimento e de escolha. Humanizar é respeitar isso”, explica.

Segundo a especialista, a maioria das grávidas já chega ao consultório decididas sobre a humanização do parto. Para a médica, é necessário esclarecer todas as dúvidas da paciente sobre o assunto logo no início do pré-natal. “Desde a primeira consulta, eu já esclareço que é um direito dela escolher a via de parto que deseja. Eu informo os riscos e os benefícios da humanização, do parto natural e da cesárea, além da melhor opção para o estado de saúde da paciente e do bebê. É importante explicar que ela pode querer um determinado processo, mas que tudo vai depender da evolução da gestação. O parto humanizado é o que mais aconselho pra qualquer paciente. Até mesmo para aquelas que são hipertensas ou de alto risco, é a melhor opção. Em algumas situações é ideal fazer parto normal a uma cirurgia e passar pelo risco de ocorrer um sangramento e descompensar mais a paciente. O parto nunca pode ser classificado como um procedimento de baixo risco, porque ele é uma caixinha de surpresas”, ressalta Thayanna.

Plano de parto

No dia 8 de março deste ano, o Governo Federal, através do Ministério da Saúde, lançou diretrizes que regulamentam o parto normal e humanizado, acreditando que o processo de nascimento é um período que acompanha a existência de todo ser humano e, por isso, deve ser respeitado. Uma das regulamenta-ções é o plano de parto, uma espécie de documento, elaborado pela gestante, que deixa claro o que elas permitem durante essa experiência. “A paciente, por si só, escreve o que ela aceita e o que e não aceita que seja feito e traz no dia do parto”, afirma a obstetra. A lei também assegura o direito da mulher de escolher a melhor posição para o parto, dieta livre (com a não obrigatoriedade do jejum), acompanhamento de doulas e acesso a alternativas para aliviar a dor, como massagens e imersão em água. “É importante lembrar, que a paciente, pela lei, já tem direito a um acompanhante da escolha dela”, acrescenta a mé- dica.

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As diretrizes também visam reduzir as altas taxas de intervenções desnecessárias, que deveriam ser utilizadas apenas em momentos de necessidade, mas que acabam sendo muito comuns. A especialista esclarece que o segredo do parto humanizado é a conversa, a compreensão entre médico e paciente.