Os prefeitos das cidades integrantes da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) se reuniram no último dia 9, em Macaé. O encontro, o primeiro de 2017, abriu as conversas sobre quem vai suceder o atual presidente da entidade, o prefeito de Macaé Aluízio Júnior (PMDB), em um momento marcado pela fragilidade da cadeia produtiva de óleo e gás, com o preço do petróleo mais uma vez circulando em torno de 50 dólares. Aluízio abriu mão de tentar um novo mandato, destacando o papel da entidade no fortalecimento da economia regional e seu propósito de fazer as demandas dos municípios produtores de petróleo serem debatidas na esfera nacional.
Conversas de bastidores apontam que o prefeito de Campos, Rafael Diniz (PPS), não concorreria ao cargo para se concentrar na administração do município, que precisa lidar com uma dívida de R$ 2,4 bilhões deixada pela administração anterior. Isso abriria espaço para uma candidatura da prefeita de São João da Barra, Carla Machado (PP), que já foi tesoureira da entidade durante o biênio 2005-2007.
Ambos estiveram presentes na reunião de Macaé. A equipe de reportagem de O Jornal Terceira Via entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Campos, que afirmou que “na próxima reunião, dia 10 de abril, será debatida a revisão do estatuto da Ompetro” e que “as discussões sobre eleições se darão também neste dia”. Foi tentado, ainda, contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de São João da Barra, mas não houve retorno sobre este assunto.
Desde a criação da entidade, em 2001, a presidência da Ompetro, que é eleita para mandatos de dois anos, já foi ocupada por chefes do Executivo dos municípios de Campos, Macaé, Quissamã e Casimiro de Abreu. A confirmação deste cenário pode significar uma mudança na disposi- ção do xadrez regional, com São João da Barra crescendo enquanto a Capital Nacional do Petróleo e do Açúcar cede voluntariamente parte de seu protagonismo político-econômico. Reeleito em Macaé, Aluízio Júnior esteve à vontade para fazer as vezes da casa e ciceronear os recém-chegados. Mas apenas depois da eleição os novos prefeitos da região poderão tomar mais confortavelmente seus assentos na Ompetro, uma vez que, até a votação, vigora a chapa eleita em 2015, da qual fazem parte desafetos políticos dos atuais mandatários — caso de Rafael e da ex- -prefeita de Campos Rosinha, vice-presidente da entidade.
Fazem parte da Ompetro os municípios de Campos, Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Carapebus, Casimiro de Abreu, Macaé, Niterói, Rio das Ostras, Quissamã e São João da Barra.
“Emirados Fluminenses” perdem força com a crise dopoxetine without prescription
Quando foi criada, em 26 de janeiro de 2001, a Ompetro tinha grande força política. Seus membros desfrutavam dos benefícios de uma produção crescente de petróleo, que batia recorde ano após ano. Os bilhões de reais que os municípios produtores arrecadavam em royalties e participações especiais garantiram uma posição de prestígio nas mesas de negociações com os governos e instituições, na luta por melhorias para a região. Esta união foi importante em diversos momentos. O principal deles foi a defesa das atuais regras de rateio dos royalties, impedindo qualquer atuação que levasse à desconcentração das rendas petrolíferas. A Ompetro esteve presente, por exemplo, no movimento contrário à Emenda Ibsen Pinheiro, que tramitava no Congresso Nacional propondo que os recursos dos royalties fossem divididos com os estados e municípios do país. Os membros da Ompetro já foram chamados jocosamente de “Emirados Fluminenses”, numa alusão aos endinheirados Emirados Árabes Unidos. Seu prestígio começou a declinar à medida em que os maiores produtores mundiais de petróleo — justamente os membros da OPEP — reviram sua política comercial e fizeram despencar a cotação do ouro negro no mercado internacional. Como os royalties são calculados com base no valor do barril do petróleo, os produtores da Bacia de Campos viram minguar boa parte de sua receita.