O Governo Federal governista luta para que a chamada PEC da Regra de Ouro (Proposta de Emenda à Constituição 438/18) seja aprovada. Segundo eles, ela servirá para reequilibrar as contas públicas.
O texto já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e agora passará por uma comissão especial, antes de ir para o plenário da Câmara para dois turnos de votação.
A PEC possui 20 medidas que visam conter despesas e outras 11 para gerar receitas a fim de preservar a “regra de ouro”. Isso significa proibir que os governos contraiam dívidas para o pagamento de folha de seus funcionários e a manutenção de órgãos públicos e de programas sociais, por exemplo.
As mais polêmicas previsões são as que permitem a redução da jornada de trabalho e do salário de servidores públicos e a demissão de concursados que ainda não têm estabilidade.
Infelizmente, a quebradeira dos municípios, na maioria dos casos causada por atos de corrupção e malversação do dinheiro público, fez com que chegássemos ao ponto de ter que sacrificar pessoas que lutaram muito por seus direitos e garantias.
Nunca, em momento algum, nesse país, foi sequer ventilado, a possibilidade de um concursado que conquistou seu cargo público por mérito, ser dispensado de suas funções de acordo com o fluxo financeiro do ente federativo ao qual ele se encontra vinculado. Mesmo que seja durante o estágio probatório. Isso é um golpe muito duro nos servidores públicos brasileiros.
A redução salarial também é outro ponto da PEC que assusta muito. Diante da crise nacional dos estados e municípios a possibilidade do servidor, ao invés de ter ganhos, começar a colecionar perdas é algo que precisa ser debatido com muita responsabilidade antes de ser votado.
Os prejuízos causados por anos de corrupção e desmandos públicos, pelo visto, corre o risco de cair na conta do contribuinte que, ao invés de ser prestigiado, vai acabar pagando a conta da máquina pública.
Espero que os parlamentares assumam a responsabilidade de votar a PEC da Regra de Ouro e informem aos servidores dos municípios, por exemplo, que eles poderão ter o salário reduzido e aqueles que ganham até dois salários mínimos, o abono.