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Associação de Imprensa Campista completa 90 anos e faz exposição

Nesta sexta, Museu Histórico de Campos inaugura mostra com documentos e equipamentos, além de debates

Cultura
Por Ocinei Trindade
27 de junho de 2019 - 15h12

Fotos: Silvana Rust

A exposição “Memórias da Imprensa Campista” encerra um mês de atividades comemorativas pelos  90 anos da Associação de Imprensa Campista, fundada em 17 de junho de 1929.  A abertura da mostra acontece nesta sexta-feira (28), no Museu Histórico de Campos. O evento é promovido pela AIC e pelo o Instituto Histórico e Geográfico de Campos. Estão previstas  mesa de debate e uma homenagem ao jornalista Fernando da Silveira que também completa 90 anos de idade.  O evento acontece às 19h. A exposição fica em cartaz durante duas semanas.

A mostra “Memórias da Imprensa Campista foi elaborada para retratar o modo de trabalho dos profissionais da imprensa, ambientados por emissora de radio e Televisão e jornal impresso.  Em sua maioria, são equipamentos oriundos de acervos de empresas locais, com destaque para filmadoras, videoteipe e sistema de iluminação da antiga TV Norte Fluminense. O jornalismo impresso também se destaca com vários materiais do extinto Jornal Monitor Campista.  A historia da própria AIC se revela em fotos, documentos e painéis.

Fotógrafo Antônio Cruz com sua primeira câmera (Foto: Silvana Rust)

Para o atual presidente da Associação de Imprensa Campista, Wellington Cordeiro, há muitos motivos para celebrar o aniversário de nove décadas de atividades. “Chegar aos 90 anos da AIC é momento de muita alegria e responsabilidade histórica. Por isso, preparamos com carinho uma programação que trouxesse a memória da instituição e da própria imprensa local. Campos teve grande pujança no jornalismo e não devemos deixar essa bela história se apagar”, diz.

Percorrendo a sala de exposições do Museu Histórico de Campos, o visitante se depara com objetos raros que marcaram o jornalismo campista neste período. Os primeiros tipos móveis utilizados para a impressão de antigos jornais podem ser conferidos de perto. Em uma chapa tipográfica, o visitante conhece o processo artesanal das primeiras impressões dos jornais. “Fiquei curioso, pois vi que todo o texto era montado letra por letra, palavra por palavra e em posição contrária para que a página pudesse ser lida após impressa”, observou um visitante.

Réplicas e originais de jornais podem ser apreciados pelos visitantes da mostra. São edições de jornais extintos como Monitor Campista, A Notícia, A Cidade, Terra Plana e Jornal da AIC, entre outros. Equipamentos como máquinas datilográficas, aparelhos radiofônicos e televisores, além das câmeras de cinegrafia demonstram a evolução do jornalismo na cidade e no Brasil.

Jornal impresso presente na mostra (Foto: Silvana Rust)

Uma outra coleção chama bastante a atenção. Câmeras fotográficas de diferentes épocas despertam a curiosidade dos visitantes. O fotógrafo Antônio Cruz ficou encantado quando identificou o modelo da primeira câmera com a qual começou a trabalhar. “É uma idêntica a esta Rolleiflex. Eu tinha 16 anos. Foi nos anos 1970 quando comecei a trabalhar. Depois passei para o modelo de 35 milímetros como esta Olympus. Fiz meu primeiro trabalho em casamento com esta outra câmera, em 1979”, cita.

Para Antônio Cruz, a exposição ajuda a manter viva a memória do jornalismo. Como fotógrafo, Cruz recebeu o prêmio “Wladimir Herzog”, em 1996, pelo jornal O Dia, na categoria Direitos Humanos. Já em 2004, ganhou o prêmio da Firjan na categoria Meio Ambiente. “Já tenho 42 anos de profissão. É bom a evolução da tecnologia na cobertura jornalística. Hoje, as câmeras digitais e os telefones celulares ajudam e facilitam na produção e edição de imagens”, conclui.