A morte do taifeiro Luciano de Carvalho Pinto, de 42 anos, está sendo apurada pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense. Ele passou mal no último domingo (21) no navio em que trabalhava na Bacia de Campos, pela empresa Skandi Achiever. Apresentou sintomas de infarto, foi atendido por técnicos de enfermagem, já que não há médicos de plantão em plataformas, e morreu logo após. Houve especulação de omissão de socorro ou falha no atendimento, mas a família de Luciano disse que não vai se pronunciar. A Polícia Civil de São João da Barra e a Polícia Federal de Campos foram informadas sobre a morte no navio. A PF acompanha o caso desde que o corpo da vítima foi removido do navio e transportado de barco para o Porto do Açu, de onde seguiu para o Instituto Médico Legal.
O corpo de Luciano de Carvalho Pinto foi trazido para o IML na madrugada do dia 22 (segunda-feira) e sepultado no dia 23 (terça-feira). Ele era morador do Parque Esplanada. Uma pessoa amiga da família contou que um colega de trabalho de Luciano o encontrou desmaiado no navio.
O Sindipetro informou estar apurando a morte de Luciano de Carvalho Pinto junto à empresa onde trabalhava. O assessor de imprensa do sindicato, Marcelo Nunes, informou que não há médicos de plantão em plataformas e navios que prestam serviço à Petrobras. Os atendimentos emergenciais são feitos por técnicos de enfermagem. Segundo ele, quando há necessidade de uma opinião médica, um profissional é acionado para oferecer instruções por meio de videoconferência. “Sempre achamos que médicos são fundamentais a bordo”, disse o sindicalista. A Petrobras foi procurada para falar sobre a morte de Luciano e sobre a falta de médicos em plataformas de petróleo, mas ainda não se manifestou. A reportagem não conseguiu contato com a empresa Skandi Achiever.
De acordo com a delegada da Polícia Civil, Madeleine Faria, não houve nenhuma irregularidade no caso, pois Luciano teria sofrido um infarto fulminante. “O local em que ele estava mais próximo era o Porto do Açu. Em razão de ser uma embarcação, há necessidade de perícia, assim como toda morte que a gente desconhece a causa. Por se tratar de uma embarcação foi feita pela Polícia Federal. Como a PF não dispõe de Instituto Médico Legal, foi pedido apoio à Polícia Civil para que o corpo fosse removido para o IML. Não há suspeita de irregularidade. Tratou-se de infarto do miocárdio”, explicou.
O delegado da Polícia Federal em Campos, Gabriel Duarte, disse que aguarda resultados de exames feitos pelo IML sobre a morte do taifeiro Luciano Pinto. “Mortes criminosas a bordo de aeronaves e navios são de atribuição da PF. Aguardamos o laudo necroscópico para sabermos o que de fato aconteceu. Se foi morte natural, não há o que fazer, pois mortes consideradas naturais não são apuradas na polícia”, disse.
O IML, no entanto, fez coleta de material do corpo do taifeiro e enviou para laboratório no Rio de Janeiro para identificar o provável motivo do infarto.
Nota do Sindipetro na íntegra
“O Sindipetro-NF confirmou informações que circulavam em redes sociais de que um taifeiro, que atuava na Bacia de Campos, morreu a bordo do navio de mergulho Skandi Achiever. De acordo com a família, o trabalhador pode ter sido vítima de negligência no atendimento médico. A Petrobrás nega problemas no atendimento e diz que atuou de acordo com orientações da Marinha.
Os relatos são de que Luciano de Carvalho Pinto, 42 anos, reclamou de fortes dores mas teria sido ignorado. No domingo, 21, às 17h45, o trabalhador foi encontrado desmaiado em seu camarote. Por meio de vídeo-conferência mediada por enfermeiros a bordo um médico atestou que o taifeiro havia morrido em razão de um mal súbito.
Por recomendação da Marinha, o corpo do trabalhador foi colocado em uma geladeira e a embarcação deslocou-se para o Porto do Açu, chegando à terra na madrugada da segunda, 22. Agentes da Marinha e da Polícia Federal liberaram o corpo para o translado, feito pelos Bombeiros.
De acordo com o coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira, o sindicato vai cobrar mais esclarecimentos sobre o caso às autoridades envolvidas. Trabalhadores que tiverem mais informações sobre o caso podem enviar para denuncia@sindipetronf.org.br. A entidade garante o sigilo sobre a autoria dos relatos”, revelou a nota.