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Moraes procurou Banco Central em defesa do Banco Master

Ministro do STF teria procurado presidente do Banco Central em pelo menos quatro ocasiões

País
Por Redação
22 de dezembro de 2025 - 20h54

Alexandre de Moraes, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em pelo menos quatro ocasiões, para fazer pressão em favor do Banco Master. De acordo com o blog de Malu Gaspar para O Globo, ao menos três dos contatos foram por telefone, além de um encontro presencial entre o ministro do STF com o presidente do BC para discutir os problemas do banco de Daniel Vorcaro.

O blog teve acesso aos relatos sobre as conversas através de seis fontes diferentes. Uma delas ouviu o próprio ministro sobre o encontro com Gabriel Galíporo, e as restantes foram informadas por integrantes do Banco Central.

Na versão dos integrantes do vanco, Moraes acompanhou o andamento da operação de venda para o BRB pelas ligações telefônicas, e em julho deste ano, pediu que o presidente do Banco Central fosse ao seu encontro.

Durante as conversas, Moraes teria pedido que o BC aprovasse o negócio com o BRB, que tinha sido anunciado em março, mas ainda dependia de autorização da autarquia. Galípolo respondeu ao ministro que os técnicos do BC tinham descoberto as fraudes no repasse de R$ 12,2 bilhões em créditos do Master para o BRB. Com a informação, o Moraes teria reconhecido que se houvesse a comprovação de fraude, o negócio não teria como ser aprovado.

Em 18 de novembro, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master, enquanto a Polícia Federal prendia Vorcaro e outros seis executivos acusados de envolvimento com as fraudes investigadas.

Moraes e Galípolo foram procurados pelo blog, mas não quiseram comentar.

O escritório de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF, tem um contrato de prestação de serviços com o Master, que previa o pagamento de R$ 3,6 milhões mensais durante três anos a partir de janeiro de 2024, rendendo cerca de R$ 130 milhões no total.

De acordo com o documento, a missão do Barci de Moraes Associados era representar os interesses do Banco Master e Daniel Vorcaro, junto ao Banco Central, à Receita Federal, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ao Congresso Nacional, mas, segundo informações prestadas ao blog via Lei de Acesso à Informação pelo Cade e pelo BC, nenhuma das instituições recebeu pedidos de reuniões, petições ou documentos do escritório em favor do banco de Vorcaro.

*Com informações do blog de Malu Gaspar para O Globo