

Já não interessa quaisquer aspectos que levaram o ex-presidente Bolsonaro a ser denunciado pela PGR, julgado e condenado pelo STF por tentativa de golpe de Estado – entre outros crimes –, a 27 anos e 3 meses de prisão.
Isso ficou para trás. Da mesma forma que o cartão de vacinação, os presentes sauditas e a importunação à baleia jubarte. Pior, a má condução durante a pandemia e participação de protestos populares frontalmente contrários às instituições. Em algumas dessas manifestações, foram expostas faixas pedindo a volta do AI-5. E Bolsonaro estava lá. E não repeliu com veemência quem abriu cartaz ou faixa com tais dizeres.
O grande erro
Sem citar as falas absurdas do ex-presidente (quesito no qual não está sozinho), Bolsonaro cometeu um grave erro que, de certa forma, é o eixo de todos os outros: ele agitou o País.
Ora, quem ocupa o lugar mais alto do pódio – no caso, o cargo de presidente da República – não interessa criar polêmicas, falas agressivas, respostas impulsivas, alimentar conflitos ou tumulto.
Ao presidente interessa calmaria, estabilidade e segurança. Simples: a rédea, o remo, o manche… estão sob seu comando. Ponto. Ele é o mandatário.
Mas Bolsonaro fez o contrário: criou instabilidade que pode interessar a quem quer que seja – menos a ele. Não se trata da investigação de ter “molestado baleia” – que é ridícula e foi arquivada pelo MPF – ou das dúvidas levantadas por uma fatia de cientistas políticos, juristas e estudiosos sobre como se deu o julgamento. Mas de quem, no cumprimento de prisão domiciliar com uso de tornozeleira, tente danificar o equipamento. Aí… a ‘coisa’ fica estreita. São outros quinhentos.
Complicou…
O capitão deu um presente a seus desafetos políticos. Fortaleceu acusadores e os que o julgaram. Enfraqueceu ainda mais os aliados que já estavam por demais desanimados com o comportamento subserviente e sem propósito no curso do seu julgamento. E agora o dano à tornozeleira que foi entendida como tentativa de fuga.
Diz-se “tentativa de fuga” porque terá sido uma ação tão sem cabimento – tão afastada de qualquer possibilidade de êxito – que fica difícil chegar 100% a qualquer conclusão.
Depressão. Desespero. Insanidade
Salvo se numa trama ao estilo “Missão Impossível”, um homem que sofreu 7 cirurgias em decorrência de uma facada que resultou em graves lesões nos intestinos, abalado física e emocionalmente, de 70 anos, colocar em prática, na real, o que Tom Cruise faz na ficção, – então há de se admitir a hipótese de grave perturbação mental.
Consequências
Em termos de hoje, a situação de Jair Bolsonaro passou de ruim para péssima. Antes do episódio da tornozeleira, era (talvez) relativamente viável que o ex-presidente começasse a cumprir a sentença em regime domiciliar.
Outra opção, divulgada pela CNN, contemplava solicitação do comandante do Exército, general Tomás Paiva, feita ao ministro Alexandre Moraes, dia 18, enumerando algumas unidades da Força que poderiam receber Bolsonaro.
O general considerou a prisão do ex-presidente no Complexo da Papuda como excessiva.
Só que agora, com a prisão preliminar decretada no sábado (22) e mantida por unanimidade pela Primeira Turma no STF, o quadro geral agravou-se sobremaneira.
Desdobramentos
De toda forma, será preciso aguardar alguns dias para verificar a situação de Bolsonaro em termos definitivos. Ou, ao menos, numa fase inicial. Pode ser que mais à frente ocorra uma solução intermediária, levando em conta, particularmente, a saúde física do ex-presidente. Ainda é cedo para cravar isso, ou aquilo, como irreversível.
Não resta dúvida, contudo, que o “Meti um ferro quente aí” está saindo caro.


Quando da megaoperação policial no Rio de Janeiro, ocorrida no último 28 de outubro contra o Comando Vermelho, cujo resultado contou com amplo apoio da população, o governador Cláudio Castro anunciou que já tem mais de 10 operações similares agendadas e autorizadas pela justiça. Por óbvio, não revelou datas. Afinal, não se faz operação dessa natureza com aviso prévio.
Com mais de 120 mortos, de imediato o presidente Lula da Silva considerou a ação dos policiais “desastrosa”, acrescentando que houve uma “matança”.
Questão política
A avaliação de Lula bateu de frente com os moradores do Rio – foi precipitada, como de costume – e de acordo com pesquisa Genial Quaest, fez o governador Castro subir 10 pontos após da ação que culminou em mais de 120 mortos.
Pela ‘Futura Inteligência’ os dados são politicamente ainda mais favoráveis: o percentual de eleitores que aprovaram o trabalho do governador foi a 60,4%, com desaprovação de 33,4%.
Necessário
Seja como for, ninguém fica feliz ou solta fogos quando mais de 120 vidas são perdidas. Lembremos do ex-governador Wilson Witzel – de quem, por sinal, Cláudio Castro era vice – que no episódio do ônibus sequestrado na Ponte Rio-Niterói, com possibilidade de que passageiros pudessem morrer, um sniper deu um tiro certeiro e eliminou o elemento. Witzel, que estava de helicóptero na ponte, desceu dando pulos de alegria e socos no ar como se comemorasse um gol.
Ora, seja como for, tratava-se de uma vida. Alguém que tinha mãe, ou pai, ou irmão, ou filho e, portanto, um fato lamentável. Cabia a Witzel cumprimentar a eficácia da polícia, ressalvar que os passageiros saíram ilesos, mas lamentar a morte de uma pessoa. Aquela fala – “tiro na cabecinha” – mostra o desprezo pela vida humana.
Enfim, são águas passadas e ex-juiz federal foi defenestrado da política.
Realidade
À luz dos fatos, do que espera a população brasileira sobre Segurança Pública, é necessário, sim, combater o crime organização e suas facções. Particularmente no Rio – cartão postal do Brasil e ex-capital da República –, conforme em outros estados na federação, ou se toma medidas drásticas como a de outubro ou o Brasil corre o risco de virar um narcoestado, onde os traficantes se sobrepõem às autoridades policiais constituídas.


Nos últimos 6 anos, Flamengo e Palmeiras foram os campeões de nada menos que 4 campeonatos Brasileiros. Nesta terça (25), o time carioca – com 74 pontos – poderá dar um passo importante para erguer a Taça.
Restando três rodadas, o Mengão lidera a tabela com 4 pontos a mais que o Verdão. Logo, se vencer 2 dos 3 jogos, ‘leva’ o Brasileirão 2025.
Com 70 pontos, para nivelar o Palmeiras teria que vencer os três restantes e torcer por tropeços do rubro-negro. Mas, como futebol é uma caixinha de surpresa…
Como registro, nos últimos seis anos, a dupla Arrascaeta/Bruno Henriques venceu 15 títulos com o Flamengo.