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MPRJ pede nova prisão de líderes do Comando Vermelho

O objetivo é combater manobras dos criminosos que atrasam julgamento

Estado do RJ
Por Redação
6 de novembro de 2025 - 9h04

Sede do MPRJ (Foto: Arquivo/Ilustração)

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu à Justiça a decretação de prisão preventiva de três lideranças do Comando Vermelho — Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP; Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor; e Cláudio José de Souza Fontarigo, o Claudinho da Mineira. Segundo o órgão, os réus vêm adotando estratégias para atrasar o andamento de um processo por homicídio que tramita há quase 23 anos, impedindo sua ida ao Tribunal do Júri.

Embora já cumpram pena por outros crimes, o MPRJ afirma que o processo em questão avança lentamente devido a manobras protelatórias recorrentes, como a desistência de advogados às vésperas do julgamento e a entrega de grande volume de documentos no fim dos prazos — prática conhecida como document dumping. O pedido será analisado pela 1ª Vara Criminal da Comarca da Capital.

Para o Ministério Público, as ações configuram tentativa de obstrução da Justiça e buscam garantir que Marcinho VP chegue ao limite de 30 anos de prisão em 2026, quando, pela legislação vigente à época de sua condenação, poderá ser colocado em liberdade. O órgão sustenta que, mesmo presos, os acusados continuam exercendo influência direta sobre atividades criminosas dentro e fora do sistema penitenciário.

“Caso as prisões atualmente vigentes sejam revogadas ou cheguem ao fim, os réus seriam imediatamente colocados em liberdade, representando risco concreto à ordem pública”, aponta o documento encaminhado ao Judiciário.

Marcinho VP está preso há 29 anos e, segundo o MPRJ, segue repassando ordens à facção por meio de familiares e advogados. My Thor, com diversas condenações e histórico de fuga, está no Complexo de Gericinó e deve ser transferido para um presídio federal, conforme decisão da Vara de Execuções Penais. Já Claudinho da Mineira fugiu em 2013, ficou foragido, foi recapturado e cumpria pena em unidade federal de Porto Velho até receber progressão de regime neste ano; atualmente também está em Gericinó.

O Ministério Público argumenta que a prisão preventiva dos três é necessária para garantir a segurança pública e assegurar que o processo siga para julgamento sem novas interferências.

Fonte: Agência Brasil