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Um patrimônio que clama por vida

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Opinião
Por Redação
19 de outubro de 2025 - 0h01
Foto: Silvana Rust

O poema do professor Luiz Eduardo Corrêa Lima é mais que uma reverência; é um diagnóstico preciso da relação de Campos com seu rio. O Paraíba do Sul, espinha dorsal da cidade, é esse paradoxo de beleza e abandono, de sustento e descaso.

No entanto, essa vida e essa poesia convivem com feridas abertas e profundas. O despejo de esgoto in natura, a fiscalização insuficiente e a estiagem prolongada que ameaça seu fluxo vital são agressões diárias que o relato da bióloga Tatiane de Oliveira traduz em consequências práticas: perda de biodiversidade, redução de oxigênio na água e prejuízos diretos para quem dele depende. 

Como bem alerta a especialista, quando o rio adoece, toda a cidade sente. A solução, portanto, exigirá mais do que discursos. É preciso um investimento pesado e urgente em saneamento básico, mas também uma verdadeira revolução de consciência. O Poder Público precisa, de uma vez por todas, enxergar o rio não como um limite ou um problema, mas como o coração de um projeto integrado de cidade, com acessos, rampas, iluminação e um calendário de eventos que resgate o orgulho campista e incentive o uso responsável.

A educação ambiental, citada como peça-chave, é o caminho para formar cidadãos corresponsáveis. Só assim, unindo a força do poder público à conscientização da comunidade, poderemos garantir que, como diz o poeta citado no início do texto, o “homem tome juízo” e que o Paraíba continue sendo, de fato, o rio do trabalho, do lazer e da esperança para as futuras gerações.