Na última semana, três procedimentos cirúrgicos inéditos na região, conduzidos pela oftalmologista Helen Espírito Santo e sua equipe, ocorreram no Hospital Dr. Beda. As cirurgias utilizam o microdispositivo Preserflo, uma solução inovadora para o tratamento do glaucoma que proporciona recuperação mais rápida e maior probabilidade de redução da pressão intraocular. A técnica, ainda pouco disponível no Brasil, permite que muitos pacientes permaneçam livres de medicação por longos períodos.
As cirurgias inéditas com o Preserflo no Hospital Dr. Beda representam um avanço significativo no tratamento do glaucoma na região, oferecendo aos pacientes segurança, inovação tecnológica e esperança de preservar a visão de forma mais eficaz. O glaucoma é uma doença silenciosa e progressiva, que reduz de forma irreversível a visão periférica. “Quando o paciente percebe dificuldades visuais no dia a dia, já existe perda significativa do campo visual, sem apresentar sinais ou sintomas prévios”, explica a doutora Helen. Essa característica faz do glaucoma um desafio constante para a saúde ocular.
O Preserflo é um microdispositivo implantável de drenagem minimamente invasivo, enquadrado nas chamadas cirurgias MIGS (Minimally Invasive Glaucoma Surgery). Diferente da nanotecnologia, utilizada em dispositivos como o iStent, o Preserflo permite recuperação rápida, menor risco de complicações e resultados duradouros. A especialista ressalta, entretanto, que não existe cirurgia de glaucoma com resultado absolutamente definitivo, embora complicações sejam extremamente raras.
A oftalmologista explica que a indicação do procedimento depende do estágio da doença e da condição clínica do paciente. “O tratamento cirúrgico é recomendado quando os colírios não surtem efeito ou quando o paciente não tem condições de manter o tratamento clínico, que costuma ser caro”, esclarece. Cada tecnologia tem aplicabilidade específica, e a escolha deve ser feita por um cirurgião oftalmológico experiente.
Em Campos, estas foram as primeiras cirurgias do tipo. Helen Espírito Santo possui vasta experiência: são 32 anos de atuação, com treinamentos em Wet Labs e Dry Labs, e cerca de 400 cirurgias de Preserflo realizadas em todo o território nacional. A equipe médica do Dr. Beda está preparada para utilizar o microdispositivo, garantindo segurança e eficácia no procedimento.
Além do Preserflo, a nanotecnologia tem sido explorada na oftalmologia, sobretudo com o iStent, que utiliza titânio para reduzir a pressão intraocular, e colírios com nanopartículas de antibióticos e para uso retiniano em degenerações maculares. “A nanotecnologia amplia as possibilidades de tratamento, tornando os procedimentos mais eficazes e precisos”, comenta Helen.
Os pacientes operados no Beda têm idades entre 35 e 45 anos, sendo um homem e duas mulheres, todos com histórico de falha no tratamento tópico com colírios. O pós-operatório é considerado rápido, e a expectativa é de que retomem suas atividades em curto período, com acompanhamento oftalmológico contínuo.
Helen Espírito Santo tem ampla experiência em cirurgias de córnea, catarata, refrativas, glaucoma e MIGS. Foi staff do Hospital de Ipanema e Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, antes de atuar em Campos.
Quanto à saúde dos olhos das pessoas, a médica é enfática: “Não se descuidem! Mesmo sem sintomas, mantenham seus exames oftalmológicos em dia. Só assim podemos realizar avaliações detalhadas, como fundo de olho, pressão intraocular e análise da superfície ocular, prevenindo perdas visuais importantes ou definitivas. O oftalmologista é o único profissional capacitado para preservar a saúde ocular”, conclui.