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Maioria das cidades do Norte Fluminense investe pouco em gestão pública, aponta Firjan

Índice Firjan de Gestão Fiscal revela baixa prioridade para investimentos e forte dependência de transferências em municípios da região

Economia
Por Redação
18 de setembro de 2025 - 11h57

Vista de Campos dos Goytacazes (Arquivo/Ilustração)

A nova edição do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) mostra que os municípios do estado do Rio de Janeiro destinam, em média, apenas 4,6% da receita para investimentos, menos da metade da média nacional, de 10,2%. Com nota 0,3715 no indicador de Investimentos, os fluminenses são os que menos priorizam o setor no Brasil. A região Norte Fluminense tem desempenho ligeiramente superior (0,5998 ponto), mas a maioria das cidades ainda apresenta baixo comprometimento com políticas de desenvolvimento local.

Entre os municípios, Macaé aparece como exceção, combinando boa autonomia e aplicação significativa de recursos em investimentos. Já São Francisco de Itabapoana terminou 2024 em situação fiscal crítica, com forte dependência de transferências, enquanto Campos dos Goytacazes, maior cidade da região, apresentou boa gestão, mas também baixo índice de investimentos.

O presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, avalia que o quadro é preocupante: “Chama ainda mais atenção o fato de que esse péssimo resultado ocorreu em um momento de conjuntura econômica favorável e maior repasse de recursos. A sociedade precisa cobrar maior compromisso dos gestores com o dinheiro público”.

Na média, os municípios do Norte Fluminense tiveram excelência em Gastos com Pessoal (0,8269 ponto) e bom desempenho em Liquidez (0,7257 ponto), o que sugere planejamento financeiro adequado. Porém, a fragilidade permanece em Investimentos (0,3351 ponto) e na baixa autonomia (0,5116 ponto), revelando forte dependência de transferências externas.

No estado, apenas cinco municípios alcançaram excelência na gestão fiscal: Niterói, Macaé, Angra dos Reis, Volta Redonda e São João da Barra. A capital, Rio de Janeiro, aparece com nota 0,7203, classificada como boa gestão.

Para Caetano, é fundamental que as cidades criem estratégias para gerar receita local e reduzir a vulnerabilidade aos ciclos econômicos: “Além de não ficarem tão dependentes das transferências, darão mais oportunidades para a população, com melhoria da renda e da qualidade de vida”.

O estudo, que avaliou as contas de 5.129 municípios brasileiros em 2024, reforça que, apesar do cenário nacional mais favorável, 36% das cidades ainda enfrentam situação difícil ou crítica, envolvendo cerca de 46 milhões de pessoas.

Fonte: Ascom