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Goytacaz corre contra o tempo para acertar dívida e ter condições de estrear no Estadual

Clube tem transfer ban em torno de R$ 100 mil, por conta de dívidas acumuladas com atletas; punição impede liberação de inscrição de jogadores

Geral
Por Yan Tavares
18 de setembro de 2025 - 17h38
Foto: Arquivo J3News

“Todo dia o sol da manhã vem e lhes desafia”. O trecho da música “Alagados”, dos Paralamas do Sucesso, define a realidade de quem administra o Goytacaz nos adias atuais e também de quem torce para o centenário e tradicional clube campista.

Com o Alvianil afastado do futebol profissional desde 2023, os torcedores do time da Rua do Gás retomaram as esperanças nos últimos meses, vendo a diretoria montar anunciar o retorno à disputa do Estadual, montar elenco e lançar novos uniformes.

Mas, nesta semana o cenário voltou a ser de aflição. A Taça Maracanã, fase de grupos da Série B2 (4ª divisão do RJ), começa neste domingo (21). A estreia do Goyta está marcada para às 15h, contra o Santa Cruz, no Estádio da Rua Bariri (Olaria), com transmissão da Cariocão TV, pelo Youtube.

De acordo com o regulamento, só podem atuar na 1ª rodada da competição, atletas inscritos até o 5º dia útil antes da estreia. O clube conseguiu fazer as incsições no fim da tarde de segunda-feira (15), bem perto do limite do prazo.

Porém, para estarem regularizados e aptos a entrar em campo no domingo, os jogadores precisam constar no Boletim Informativo de Resgitro de Atletas (Bira) sem pendências, até o último dia útil que anteceder a a partida. Portanto, nesta sexta-feira (19).

Acontece que, em consulta feita pela reportagem no fim da tarde desta quinta-feira (18), constam apenas dois nomes liberados no Bira. Que são atletas já registrados anteriormente, com contratos assinados em 2023 e prolongados até 2026.

Os 17 jogadores inscritos pelo departamento de futebol atual aparecem todos com a mesma pendência: “Aguardando liberação judicial”. Trata-se de um trasnfer ban, deixado como herança pela gestão anterior. O transfer ban é uma punição imposta pela FIFA a clubes de futebol por inadimplência de pagamentos de contratos de jogadores.

O J3News conversou com o vice-presidente do Goyta, Leandro Nunes, que revelou que a dívida gira em torno de R$ 100 mil.

“Mesma história de sempre. Não pagaram determinados atletas, que recorreram na justiça. Como o clube na gestão passada deixou da forma que sabemos, as bombas estão explodindo. Tem cobranças de toda ordem. Só de leilão do estádio foram 16. Ou seja, nós temos a obrigação de cuidar do tudo, inclusive leilões e tentar manter o patronal do clube”, pontua Leandro.

Ele faz ainda um desabafo, chamando atenção para a situação encontrada no clube pela atual gestão, que assumiu oficialmente em julho de 2024:

“O Goytacaz não é só futebol. Futebol é parte dos muitos enormes dilemas. São cerca de R$ 100 mil, falando apenas de transfer ban. Se tudo fosse isso ok, mas enfrentamos e seguimos diante de um verdadeiro caos que deixaram propositalmente o clube. Com o único intuito de extinção. Seguimos trabalhando e buscando o melhor, mesmo que em alguns momentos não consigamos exatamente o que buscamos”, complementa.

O Goytacaz fez o seu último jogo oficial no dia 18 de novembro de 2023, quando foi eliminado pelo Duque de Caxias na semifinal da Série B1 (3ª divisão). Em fevereiro de 2024, o clube, administrado à época por Reinaldo Ribeiro Filho, anunciou a decisão de se licenciar do futebol profissional. A Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) deu até 8 de março para a agremiação repensar. Sem resposta, foi decretado o rebaixamento do Goyta.

Nas semifinais com o Duque de Caxias, o time foi derrotado em casa no primeiro jogo e fora no segundo. Na partida no Aryzão, houve confusão no estádio e tentativa de invasão de campo. O que acarretou em uma perda de cinco mandos de campo, em decisão proferida ainda em novembro de 2023. Situação que segue pendente até hoje.

“Também estamos trabalhando nessa frente. Mais um dos inúmeros problemas deixados”, finaliza Leandro Nunes.

Confira abaixo um compilado com a cobertura da crise enfrentada pelo Goytacaz nos últimos 2 anos:

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