A casa do morador que matou a tiros um homem durante uma invasão — investigada pela Polícia Civil como tentativa de assalto — na madrugada de segunda-feira (15), no Parque Aurora, em Campos, foi alvo de vandalismo na tarde dessa quarta-feira (17). Fachada destruída, varanda apedrejada, telhado e hidrômetro quebrados e câmeras de segurança danificadas compõem o cenário que fez a família decidir não retornar ao imóvel.
Segundo apuração do J3News, desde o dia do crime a esposa e a filha estavam abrigadas na casa de parentes. Depois do novo episódio, não pretendem mais viver no local. A mulher tem recebido ainda ligações com ameaças após a soltura do marido. A Polícia investiga o caso e tenta identificar os autores do ataque.
O episódio teria acontecido durante audiência de custódia em que o juiz Samuel de Lemos Pereira concedeu liberdade ao morador, que estava preso desde o início da semana. Na ocasião, o homem reagiu ao perceber dois suspeitos no telhado da garagem e efetuou 12 disparos, matando Thainã Peixoto de Sá, de 21 anos. Ele estaria acompanhado de um segundo homem, que ainda não foi localizado.
Thainã, segundo a Polícia Civil, estava desarmado. O morador foi preso inicialmente por homicídio, porte ilegal de arma e receptação, já que a pistola calibre 380 usada no crime havia sido furtada de um policial militar em março de 2023. Ele alegou ter comprado o armamento em uma feira e disse não saber da origem.
Após a audiência de custódia realizada na quarta-feira, o juiz entendeu que ele poderia responder em liberdade, explicou o advogado de defesa, Marcos André Martins Barbosa, ao J3News: “Existem diversas situações que vão ser discutidas no decorrer do processo, como a legítima defesa, para onde apontam os indícios. Também não se adentra agora ao mérito da quantidade de disparos efetuados. Quanto à procedência da arma, não tinha como ele ter conhecimento da origem”, disse.