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Setembro Amarelo alerta para sinais de sofrimento emocional

As psicólogas do Grupo IMNE, Glória Abreu e Liana França, destacam a importância da rede de apoio

Saúde
Por Ocinei Trindade
8 de setembro de 2025 - 0h02
Saúde mental|10 de setembro marca o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (Fotos: Silvana Rust)

O Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio, reforça a necessidade de atenção aos sinais de sofrimento emocional e do fortalecimento da rede de apoio. A iniciativa é da Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina. Em Campos dos Goytacazes, diversos profissionais de saúde do Grupo IMNE se envolvem em ações preventivas e de suporte a pacientes. O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é lembrado em 10 de setembro, mas a campanha se estende por todo o ano, com o lema “Se precisar, peça ajuda!”. As psicólogas Glória Abreu e Liana França destacam a importância de ouvir e orientar pessoas com depressão e outros transtornos para acompanhamento psiquiátrico.

O suicídio é uma realidade global, com mais de 700 mil casos registrados em 2019 pela OMS, número que pode ultrapassar 1 milhão considerando subnotificações. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 14 mil pessoas cometem suicídio anualmente, uma média de 38 por dia. Embora a taxa mundial esteja diminuindo, os países das Américas apresentam aumento dos índices. A maioria dos casos está ligada a doenças mentais, muitas vezes não diagnosticadas ou mal tratadas, sendo preveníveis com acesso adequado a tratamento e informação de qualidade.

Liana França

A psicóloga Liana França, do Hospital Dr. Beda, em Campos dos Goytacazes, destacou que o impacto psicológico de um diagnóstico de doença grave ou de situações de vulnerabilidade pode ser devastador. “A realidade de um tratamento prolongado, com suas incertezas e efeitos colaterais, pode levar a um estado de luto pela vida que se tinha”, explicou.

Alguns sinais alertam para a necessidade de suporte especializado, como tristeza persistente, irritabilidade, isolamento social, fadiga extrema, alterações no sono e no apetite, além de pensamentos de desesperança. “Esses sintomas podem indicar um quadro depressivo que precisa ser acompanhado de perto. “Validar as emoções e promover o senso de controle é essencial, mas também precisamos estar atentos a sinais de risco e encaminhar para o tratamento psiquiátrico quando necessário”, disse.

Mensagem de esperança
A psicóloga Glória Abreu integra a equipe do Centro Nicola Albano UTI Neonatal e Pediatria e acompanha pais de bebês prematuros internados. “O psicólogo oferece um espaço seguro para que a família elabore medos, angústias e frustrações durante todo o processo”, afirma.

Glória Abreu

Glória destaca a importância do Setembro Amarelo nesses contextos delicados. “A campanha contribui para a conscientização social, estimulando a discussão aberta sobre sofrimento emocional, tristeza profunda, ansiedade e depressão. Ajuda a quebrar o estigma de que falar sobre dor psíquica é sinal de fraqueza e cria um ambiente em que famílias e pacientes se sintam à vontade para compartilhar o que sentem”, explica.

A psicóloga reforça que pedir ajuda é um ato de coragem. “A campanha incentiva a escuta ativa, reduz o isolamento e orienta sobre a importância do acompanhamento psicológico, psiquiátrico e multiprofissional. Pedir ajuda é um gesto de força. Existem profissionais, familiares e amigos dispostos a dividir o peso e oferecer cuidado. Sua vida importa, seus sentimentos importam, e há esperança — mesmo quando parecer distante”, conclui.