Atafona, em São João da Barra, recebe nesta quinta-feira (11) mais uma edição do Museu Ambulante, projeto que mistura arte, educação e preservação da memória local. A ação, premiada pela Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, terá início às 16h no Instituto ISOBRAS, no bairro da CEHAB, de onde partirá um cortejo em direção à praça da comunidade.
Com curadoria de Julia Naidin e Fernando Codeço, da CasaDuna, e performance do Grupo Erosão, o Museu Ambulante apresenta um acervo de fotografias históricas que retratam a praia de Atafona desde a década de 1950, período em que o avanço do mar começou a impactar a região. Entre os registros, estão imagens cedidas por moradores como Jair Vieira e Sônia Ferreira e trabalhos de fotógrafos profissionais, entre eles Felipe Fittipaldi, Rodrigo Sobrosa e Wellington Cordeiro.
Reconhecida pela ONU como uma das áreas mais vulneráveis do mundo devido ao aumento do nível do mar, Atafona é cenário de um processo contínuo de erosão costeira que já destruiu centenas de casas. Nesse contexto, o Museu Ambulante se propõe a preservar a memória do território, cruzando o trabalho de arquivo da CasaDuna com práticas de teatro de rua do Grupo Erosão.
O projeto utiliza uma bicicleta de cinco metros de comprimento, equipada com 40 caixotes que funcionam como expositores. A cada cortejo, o museu itinerante cria exposições temporárias em espaços públicos, envolvendo moradores, ouvindo histórias e promovendo reflexões sobre identidade, pertencimento e meio ambiente.
Além da apresentação aberta à comunidade, o Museu Ambulante também realizará atividades em escolas da região, como o Colégio Estadual Dr. Newton Alves, em Atafona, e o Colégio Estadual Admardo Alves Torres, em Grussaí.
Criada em 2017, a CasaDuna é um centro de arte, pesquisa e memória dedicado a ações de arquivo, educação e arte ambiental no Norte Fluminense. No mesmo ano, surgiu o Grupo Erosão, coletivo de artistas e educadores responsável por performances, intervenções urbanas e projetos de museologia social.