O diretor de comunicação do Partido dos Trabalhadores (PT) em Campos, Gilberto Gomes, foi preso em flagrante no domingo (7) sob acusação de injúria racial. A prisão foi determinada pela delegada de plantão Juliana Oliveira. Gilberto deve passar por audiência de custódia já na terça-feira (9).
Segundo a polícia, a vítima, um bombeiro civil, relatou que Gilberto teria usado a expressão “preto monárquico” em tom ofensivo. O acusado, no entanto, afirmou que a frase foi uma referência histórica ao período imperial brasileiro e nega a intenção de ofensa.
O caso ocorreu nos instantes finais do desfile de 7 de Setembro, em Campos, e repercutiu rapidamente entre participantes do evento e nas redes sociais.
A reportagem procurou a defesa de Gilberto Gomes e aguarda retorno.
Partido divulga nota de apoio
Ainda no domingo, o diretório municipal do PT em Campos publicou uma nota de solidariedade a Gilberto Gomes, classificando a prisão como arbitrária e afirmando que a acusação foi usada de “forma oportunista”.
“O Partido dos Trabalhadores de Campos dos Goytacazes e demais companheiros da luta popular e partidos aliados expressam sua solidariedade irrestrita ao amigo e militante Gilberto Gomes, que vem sendo vítima de uma perseguição política e foi detido de forma arbitrária durante as manifestações do Grito dos Excluídos neste 7 de Setembro […], quando se posicionava contra a Anistia a Golpistas e em defesa da democracia. A condução truculenta por parte das autoridades e a tentativa de criminalizar sua militância revelam o aprofundamento da intolerância contra as vozes populares que se levantam contra o bolsonarismo e a extrema direita”, diz a nota.
A nota ainda criticou o uso do tema racial no episódio:
“É especialmente grave que uma pauta tão séria como o combate ao racismo seja instrumentalizada de forma oportunista por um grupo que se intitula ‘monarquista’, com o único objetivo de tentar atingir e prejudicar Gilberto Gomes. Essa manobra desrespeita a memória da luta antirracista no país e desvirtua a importância desse combate histórico”, afirma.
O partido encerrou a nota reafirmando apoio político a Gilberto e denunciando o que considera perseguição: “Seguiremos vigilantes e mobilizados, reafirmando que Gilberto não está só. Sua voz é a voz da resistência e da esperança em Campos e em todo o país”, finalizou.