A jornalista e escritora Miriam Leitão tomou posse, na noite desta sexta-feira (8), na cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo o cineasta Cacá Diegues, falecido em fevereiro deste ano. Eleita em 30 de abril com 20 dos 34 votos possíveis, Miriam é a 12ª mulher a fazer parte da instituição fundada em 1897.
A recepção foi conduzida pelo acadêmico Antonio Carlos Secchin, que fez o discurso de boas-vindas. O colar da ABL foi entregue por Ana Maria Machado, e o diploma, por Ruy Castro. A comissão que a acompanhou na entrada foi formada por Rosiska Darcy de Oliveira, Fernanda Montenegro e Lilia Moritz Schwarcz; a de saída contou com Carlos Nejar, Antonio Torres e Ailton Krenak.
Em seu discurso, Miriam destacou o compromisso com a pluralidade e a diversidade cultural brasileira:
“Merecer os que vieram antes de nós é sobretudo procurar cada vez mais fazer da Academia um centro plural do pensamento brasileiro… Eu reverencio todas as mulheres escritoras no Brasil. A nossa obra é imortal”, afirmou.
Natural de Caratinga (MG), nascida em 1953, Miriam é filha de educadores e construiu uma carreira de mais de cinco décadas no jornalismo, passando por veículos como Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil. Desde 1991, integra o Grupo Globo, onde atua como colunista, comentarista e apresentadora.
Autora de 16 livros, entre eles Saga Brasileira — vencedor do Prêmio Jabuti de Livro do Ano de Não Ficção —, também escreve para o público infantil. Sua obra mais recente, Lulli, a gata aventureira, foi lançada em 2025.
A trajetória de Miriam inclui momentos marcantes, como sua prisão aos 19 anos, em 1972, quando estava grávida, durante a ditadura militar. Casada com o escritor e cientista político Sérgio Abranches, é mãe dos jornalistas Vladimir Netto e Matheus Leitão, além de ter um enteado e quatro netos.
Com informações do G1