A partir de 1º de julho, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a aplicar a vacina meningocócica ACWY em crianças com 12 meses de vida, reforçando a imunização contra a meningite no Brasil. A mudança no esquema vacinal, anunciada pelo Ministério da Saúde, amplia a proteção dos pequenos contra os sorogrupos A, C, W e Y da bactéria Neisseria meningitidis, considerada a mais perigosa entre os causadores da doença.
Antes da alteração, o calendário vacinal infantil previa duas doses da vacina meningocócica C, aos três e cinco meses de idade, seguidas por uma dose de reforço, também da meningocócica C, aos 12 meses. Com a nova diretriz, essa dose de reforço passa a ser feita com a vacina ACWY.
A vacina ACWY já era oferecida pelo SUS, mas exclusivamente para adolescentes entre 11 e 14 anos. Agora, crianças de um ano que ainda não receberam nenhuma dose de reforço poderão ser imunizadas diretamente com a nova versão mais abrangente. Já aquelas que completaram o esquema com as três doses da vacina C não precisam repetir a vacinação neste momento.
“A vacina ACWY já faz parte da rotina da rede pública, e todos os municípios fluminenses contam com estoque disponível. Apesar da ampliação do público, o Ministério da Saúde não aumentou a cota, mas vamos solicitar reforço”, afirmou o subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES-RJ), Mário Sérgio Ribeiro.
A ampliação da vacina ACWY consta em nota técnica do Ministério da Saúde e está alinhada ao plano nacional de enfrentamento das meningites até 2030. Esse documento foi elaborado com a colaboração de entidades da sociedade civil, especialistas e organizações internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ribeiro destaca a importância da vacinação, lembrando que a meningite é uma inflamação das meninges — membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A enfermidade pode ser causada por bactérias, vírus, fungos, parasitas e até fatores não infecciosos, como câncer com metástase nas meninges, lúpus, reações adversas a medicamentos e traumas cranianos.
Grupos mais vulneráveis, como bebês, crianças pequenas e adolescentes, têm o sistema imunológico ainda em desenvolvimento, o que aumenta o risco de infecção. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental. Ele deve ser confirmado por exames laboratoriais e todo caso deve ser notificado às autoridades de saúde para controle epidemiológico.
Sinais de alerta
Entre os principais sintomas estão dor de cabeça, febre, enjoo, vômitos, rigidez na nuca, convulsões, irritabilidade e sensação de mal-estar. Em bebês, o quadro clínico pode ser mais sutil: irritação constante, recusa alimentar, vômitos frequentes, reflexos anormais e moleira abaulada são sinais de possível infecção.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, até o dia 30 de junho foram registrados 444 casos de meningite em todo o Rio de Janeiro, sendo 29 do tipo meningocócica — a forma transmissível da doença — com 11 óbitos. Os dados constam no painel Monitora RJ e estão sujeitos a atualização.
Com informações da Agência Brasil