O secretário estadual de Transportes, Washington Reis, foi exonerado do cargo na quinta-feira (3) no primeiro ato oficial do governador em exercício, Rodrigo Bacellar.
A demissão foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial do Governo do Estado, após atritos entre o deputado Bacellar — presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e pré-candidato ao governo do estado — e Reis, que tem se aproximado publicamente do prefeito do Rio, Eduardo Paes, possível adversário de Bacellar nas eleições de 2026.
O governador em exercício assumiu o cargo com uma viagem de Cláudio Castro ao exterior. Ele é o primeiro na linha sucessória desde o mês de maio, quando o vice Thiago Pampolha foi nomeado para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), em uma manobra costurada para dar visibilidade ao presidente da Alerj.
Washington, embora ocupasse um cargo no governo estadual, tem sinalizado a aliados que pode se lançar como candidato em uma chapa de oposição — ao lado de Eduardo Paes. Recentemente, ele apareceu ao lado do prefeito em agendas públicas e postagens nas redes sociais.
Em entrevista ao RJ2, Bacellar disse que Reis é “insubordinado” e que precisa ter diálogo com o secretário.
“O motivo é bem simples: eu não posso ter como secretário um secretário que é insubordinado a mim, mal fala comigo. Uma vez assumindo esse posto aqui, preocupado inclusive com o RJ, você imagina só: um acidente agora, por exemplo, na Supervia, nas linhas de trem, e eu não consigo falar com o secretário porque ele é insubordinado a mim, mal fala comigo? Então, não restou outra alternativa senão excluí-lo do governo.”
O presidente da Alerj afirmou que Castro, que viajou horas antes do anúncio da decisão, não sabia que Bacellar iria demitir Reis.
“De forma alguma. Eu tenho uma relação com Cláudio completamente de liberdade, ele sabe disso. Fui convidado por ele a seguir com o governo no ano que vem, já é normal que a gente trabalhe uma transição de quem fica e quem vai sair. É natural que o governador me dê liberdade para atuar, e é com essa liberdade que eu tomei essa decisão única e exclusivamente deliberada, de minha responsabilidade”
Também ao RJ, Reis disse que a decisão não tem valor e que Bacellar a tomou para “aparecer” e disse que ouvir de Castro, na noite de quarta-feira (2), que não seria demitido.
“O governador falou: ‘Washington Reis, fica tranquilo, vai trabalhar’. E não foi surpresa esse comportamento. Até porque essa assinatura dele não tem valor nenhum. Ele não foi eleito, ele não é governador. O governador está voltando na segunda-feira, tenho uma ótima relação com o governador. Ele fez para aparecer. Se ele botasse uma melancia no pescoço, seria até mais plausível.”
Reis afirmou que negou apoio à candidatura de Bacellar ao governo em 2026 e que isso teria motivado a exoneração.
“Desde a primeira hora, quando ele lançou essa aventura dele, esse sonho (…), ele me convidou para um café, eu falei que não iria apoiá-lo porque eu tenho meus projetos políticos e sempre tive minhas restrições ao nome dele, politicamente, prum cargo de… O cargo que ele já exerce na Assembleia Legislativa já é um cargo muito importante, que ele não tem tamanho para ele estar naquele cargo. Esse rapaz tem sido uma vergonha, uma chacota à frente da Assembleia Legislativa. Mas o tempo dirá. Política é assim mesmo.”
Com informações do G1.