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Lula e Macron citam acordo entre União Europeia e Mercosul

Na França, presidente brasileiro criticou a guerra na Ucrânia e disse que a ONU está politicamente enfraquecida

Política
Por Redação
5 de junho de 2025 - 9h32

Emmanuel Macron e Lula da Silva na França (Reprodução Agência Brasil)

Em visita oficial à França nesta quinta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao presidente francês Emmanuel Macron que apoie a conclusão do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Durante coletiva à imprensa em Paris, Lula agradeceu a hospitalidade do líder francês, a quem chamou de “grande amigo”, e fez um apelo direto: “Abra o seu coração para a possibilidade de fazer esse acordo com o nosso querido Mercosul”.

Lula destacou que o Brasil assumirá a presidência rotativa do bloco sul-americano no próximo semestre e afirmou que pretende concluir as negociações até o fim de seu mandato à frente do Mercosul. “Não deixarei a presidência sem concluir esse acordo”, garantiu.

O presidente também aproveitou a ocasião para comentar o cenário geopolítico internacional, com foco na guerra entre Rússia e Ucrânia. Lula voltou a criticar o conflito e disse estar preocupado com os recentes desdobramentos. “Me parece que houve um ataque da Ucrânia a um aeroporto, não sei aonde. Agora estou lendo que Trump diz ter conversado com Putin, que, por sua vez, prometeu retaliação”, afirmou.

Lula reforçou que o Brasil se posiciona contra a ocupação russa desde o início da guerra e lamentou o papel limitado da Organização das Nações Unidas (ONU). “A ONU está enfraquecida politicamente e tem pouco poder de dar opinião sobre esta ou qualquer outra guerra”, declarou. Segundo ele, a paz só será possível quando os dois lados se dispuserem a negociar. “Já está mais do que provada a insanidade mental da guerra. Ela não constrói nada, ela destrói.”

Durante a declaração conjunta à imprensa, Macron também comentou o conflito e fez questão de diferenciar as responsabilidades no confronto. “Há um agressor, a Rússia, e um agredido, a Ucrânia. Todos queremos a paz, mas os dois não podem ser tratados em pé de igualdade”, afirmou. O presidente francês ainda criticou a violação da Carta das Nações Unidas. “A Rússia violou a integridade de um Estado e, infelizmente, é membro do Conselho de Segurança da ONU e recusa a paz.”

Além do encontro com Macron, a agenda de Lula na França inclui reuniões com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, com a comunidade brasileira e participação na Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, que será realizada em Nice. Lula também visitará a sede da Interpol, em Lyon, atualmente presidida pelo brasileiro Valdecy Urquiza.

Fonte: Agência Brasil / G1