×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Integrantes do MST fazem protesto na Usina Sapucaia, em Campos, por reforma agrária

De acordo com a assessoria do movimento, 500 famílias participam da manifestação; em fevereiro, o MST ocupou fazenda da empresa por mais de um dia

Geral
Por Redação
7 de abril de 2025 - 11h10
Integrantes do MST se concentraram na entrada da Usina Sapucaia (Divulgação)

Cerca de 500 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram na manhã desta segunda-feira (7), uma manifestação na área da Usina Sapucaia, em Campos dos Goytacazes. O objetivo é pressionar o Governo Federal a concluir o processo de adjudicação de terras que tramita no Incra-RJ e destiná-las à reforma agrária.

Em fevereiro deste ano, um grupo do MST chegou a ocupar parte da fazenda Santa Luzia, pertencente à Coagro, responsável pela Sapucaia. Foi reivindicada, na ocasião, a conclusão do processo de adjudicação (ato judicial que dá a alguém a posse e a propriedade de determinados bens) de duas matrículas que tramitam no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA-RJ). A ocupação durou um dia, foi criticada pela direção da empresa e desfeita com ajuda da força policial.

A mobilização desta segunda-feira (7) reúne integrantes do Acampamento 15 de Abril, formado por famílias que vivem há cerca de um ano sob lonas às margens da BR-101. A ação integra a jornada nacional de lutas do MST em memória dos 29 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido no Pará.

“É urgente que o Governo passe estas terras improdutivas e endividadas para as famílias que vão produzir alimentos para a mesa dos brasileiros. Estamos denunciando essa lentidão em avançar na reforma agrária. Ainda temos 100 mil famílias acampadas em todo o Brasil. A reforma agrária é nossa alternativa para combater a fome, a alta dos preços e a crise ambiental”, afirma Eró Silva, dirigente nacional do MST.

A reportagem entrou em contato com a assessoria da Coagro para comentar sobre a manifestação. A Coagro informou que acompanhou a ação promovida pelo MST.  “A cooperativa respeita o direito à livre expressão, mas repudia qualquer tentativa de invasão, ocupação ou bloqueio irregular de áreas produtivas. Ações desse tipo colocam em risco a atividade agrícola, ameaçam empregos e comprometem a segurança de trabalhadores, que atuam de forma regular e legítima. A Coagro lamenta ainda que o ato tenha impedido o direito de ir e vir de moradores locais, além de impactar serviços e o comércio da localidade”, disse em nota.

Nota da Coagro à Imprensa

“A COAGRO informa que acompanhou a ação promovida por um pouco mais de 60 integrantes do MST na manhã desta segunda-feira (7), no acesso à Sapucaia, em Campos dos Goytacazes.

A cooperativa respeita o direito à livre expressão, mas repudia qualquer tentativa de invasão, ocupação ou bloqueio irregular de áreas produtivas. Ações desse tipo colocam em risco a atividade agrícola, ameaçam empregos e comprometem a segurança de trabalhadores, que atuam de forma regular e legítima. A COAGRO lamenta ainda que o ato tenha impedido o direito de ir e vir de moradores locais, além de impactar serviços e o comércio da localidade.

A COAGRO reúne mais de 10 mil pequenos produtores cooperados e gera cerca de 3 mil empregos no Norte Fluminense. As terras objeto de disputa pelo movimento são produtivas, arrendadas legalmente em processo judicial em 2013 pela COAGRO e subarrendadas a produtores cooperados.

São famílias de produtores cooperados que vivem do trabalho no campo e que contribuem para o desenvolvimento de Campos, da região e do Estado do Rio de Janeiro.

A COAGRO reafirma o seu comprometimento com o desenvolvimento do setor e o respeito à lei, destacando a sua confiança nas instituições e autoridades”

Foto: Reprodução Coagro

LEIA TAMBÉM

MST ocupa fazenda em Campos para pressionar avanço da Reforma Agrária

Vereadores e entidades do setor produtivo assinam nota de repúdio à ocupação da Usina Sapucaia, em Campos

Integrantes do MST deixam fazenda que foi ocupada em Campos