Abril chegou, e com ele o compromisso com a causa do autismo. No último dia 2, o mundo se vestiu de azul para cobrar mais conscientização, empatia e medidas para inclusão em todos os níveis da sociedade. A data criada pela ONU objetiva dar cada vez mais visibilidade às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas é urgente transformar visibilidade em ação efetiva.
Em Campos, por exemplo, mais de 1.100 alunos com TEA estão na rede pública de ensino. Três instituições – Apape, Apae e Apoe – atendem mais de 1.180 famílias atípicas, e o projeto Paraesporte alcança 400 famílias por meio da inclusão pelo esporte. São dados que mostram esforço, mas também revelam a imensa demanda ainda não atendida.
Enquanto algumas crianças avançam com apoio especializado, outras enfrentam a burocracia, a ausência de mediadores e o preconceito silencioso que isola famílias inteiras. A inclusão não deve depender da boa vontade ou da sorte, mas de políticas públicas permanentes e da transformação do olhar coletivo.
Mais que celebrar um dia, é preciso construir uma cultura de empatia e respeito o ano inteiro. Cada criança tem sua forma de brilhar, como disse na reportagem especial sobre o assunto a psicopedagoga e neuropsicóloga Jéssyka Gomes.
O autismo não precisa de pena. Precisa de acolhimento, estrutura e, sobretudo, de dignidade.
Leia também a reportagem especial sobre o tema: