Jean-Marie Le Pen, figura histórica e controversa da política francesa, faleceu nesta terça-feira (7), aos 96 anos. O fundador da Frente Nacional, atual Reunião Nacional (RN), morreu ao meio-dia (8h no horário de Brasília), cercado por sua família, segundo comunicado à agência de notícias France Presse (AFP).
Pai de Marine Le Pen, principal nome da extrema direita francesa, Jean-Marie enfrentava problemas de saúde e estava internado em uma casa de repouso há semanas. Sua morte acontece enquanto sua filha está em Mayotte, território francês devastado pelo ciclone Chido.
Le Pen fundou a Frente Nacional em 1972, consolidando o partido como uma força representativa da extrema direita na França. Inicialmente, a legenda era composta por grupos neofascistas, mas ao longo do tempo moderou sua imagem pública, embora mantenha posições anti-imigração e nacionalistas. Após mais de quatro décadas à frente do partido, Jean-Marie foi expulso em 2015 devido a declarações polêmicas sobre o Holocausto, marcadas por negacionismo, que resultaram em condenações e isolaram politicamente o líder.
Polarizador e abertamente racista, Le Pen deixa um legado controverso. Sua trajetória política inclui cinco candidaturas presidenciais. Em 2002, chegou ao segundo turno contra Jacques Chirac, mas foi amplamente derrotado. Le Pen também ocupou cargos como deputado nacional e eurodeputado.
O atual presidente do RN, Jordan Bardella, prestou homenagem ao fundador, chamando-o de “tribuno do povo” e destacando seu serviço à França nas guerras da Indochina e Argélia, assim como sua atuação parlamentar.
Com a morte de Jean-Marie Le Pen, encerra-se um capítulo significativo da política francesa, marcado por sua influência no ressurgimento da extrema direita no cenário europeu.
