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Lula sanciona novas regras para o BPC

O presidente vetou exclusão de deficiências leves; corte de gastos endurece acesso ao benefício

Política
Por Redação
28 de dezembro de 2024 - 11h02

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Arquivo)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que estabelece critérios mais rigorosos para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), programa que assegura um salário mínimo mensal a pessoas com deficiência ou idosos acima de 65 anos em situação de vulnerabilidade.

Entretanto, Lula vetou a exclusão de “deficiências leves” do grupo elegível ao benefício – um ponto polêmico que havia sido incluído no projeto pelo próprio governo. O veto foi justificado como uma medida para evitar insegurança jurídica na aplicação da nova legislação.

 “A exclusão poderia comprometer direitos fundamentais”, explicou o presidente na mensagem enviada ao Congresso. O veto já havia sido alinhado com parlamentares como parte de um acordo político, com líderes do governo, incluindo o senador Jaques Wagner (PT-BA) e o deputado José Guimarães (PT-CE), confirmando a decisão previamente.

Mesmo com os ajustes, o Ministério da Fazenda espera economizar R$ 12 bilhões entre 2025 e 2030 com as mudanças no BPC. A projeção será revisada após as alterações feitas no texto sancionado.

O que muda com a nova lei

Entre as alterações aprovadas, destacam-se:

  • Atualização cadastral: Beneficiários precisarão recadastrar suas informações a cada 24 meses, com o uso de biometria sempre que possível.
  • Critérios de renda: A renda do cônjuge ou companheiro que não mora no mesmo imóvel não será mais considerada no cálculo da renda familiar, o que pode ampliar o número de pessoas aptas ao benefício.
  • Rendimentos brutos: Todos os rendimentos brutos de membros da família que vivem no mesmo imóvel passam a ser contabilizados, exceto o BPC já recebido por outros moradores.
  • Benefício por residência: Será permitido o pagamento de mais de um BPC em uma mesma casa, desde que os requisitos sejam cumpridos, como no caso de dois idosos ou uma pessoa com deficiência, por exemplo.

Debate sobre deficiência continua em 2025

Apesar das novas regras, a concessão do BPC para pessoas com deficiência ainda dependerá de regulamentação específica a ser debatida no próximo ano. O governo pretende enviar ao Congresso um projeto de lei que defina os critérios de avaliação para esse grupo, como mencionado no texto sancionado.

Essas discussões poderão influenciar o alcance e o impacto do benefício nos próximos anos, enquanto o governo tenta equilibrar a redução de gastos com a garantia de proteção social.