Mentores do comportamento socioeconômico dizem que os norte-americanos quando se tornam ricos se sentem em dívida com o seu estado, seu governo. Diferentemente, quando um brasileiro fica rico, diz que ganhou dinheiro apesar do governo e do estado.
É uma observação interessante que propõe uma reflexão, não somente por estarmos concluindo um ano, mas pela forma que estamos, em um cenário de imprevisibilidade, em um ambiente nada salutar para a economia, quer para empresário, quer para trabalhador.
Lutamos pela democracia política e temos que mantê-la, mas ainda estamos longe de uma democracia econômica, como a dos Estados Unidos e de outros países.
A reforma tributária, um sonho acalentado há quase três décadas pelo mercado, em todos os seus níveis, foi aprovada de forma brusca, em uma conta que sequer se aproxima de um denominador comum, o que significa dizer que a conta não vai fechar, pelo menos como está.
O Executivo e o Legislativo – Planalto, Câmara e Senado – colocaram seus interesses uns sobre os outros. A economia, que deveria ser independente da política, vai acabar mais uma vez pagando a conta, e a reforma que se esperava robusta não passará de um puxadinho.
Pesa nesta balança, não só os benefícios sociais, que o governo quer, mas, não tem recursos para pagar, e as chamadas emendas parlamentares, muitas delas piores do que qualquer soneto de um poeta ruim.
O capricho do calendário não permite que um ano que termina mal, seja substituído por outro que comece bem. Esperamos que pontas soltas sejam amarradas, e que todos prosperem, apesar da política.