O Brasil lidera o processo de envelhecimento populacional na América Latina, conforme revelam os novos dados da Síntese de Indicadores Sociais, estudo divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira. Atualmente, 15,8% da população brasileira tem mais de 60 anos, enquanto a média da região é de 13,4%. Esse dado reflete uma realidade crescente de envelhecimento, que está ocorrendo de maneira acelerada no país.
Em comparação com outros países latino-americanos, o Brasil apresenta uma porcentagem significativamente maior. México e Colômbia, por exemplo, possuem 12,2% e 12,6% da população com mais de 60 anos, respectivamente. O estudo do IBGE também destaca a inversão da pirâmide etária no Brasil, que tem se acentuado nas últimas décadas, à medida que a população mais jovem diminui e a mais velha cresce.
Ao observar a evolução da pirâmide etária, nota-se mudanças significativas nos últimos anos. Em 2000, a maior parte da população estava na faixa etária de 15 a 19 anos, representando 10,6% da população total. Em 2010, essa faixa foi superada por pessoas entre 20 e 24 anos, que corresponderam a 9% da população. Já em 2022, a maior parcela da população brasileira estava entre 35 e 39 anos, representando 8% do total.
Esse fenômeno reflete o acelerado envelhecimento da população brasileira, indicando que o país está se aproximando do fim do “bônus demográfico”. O “bônus” é um impulso econômico que ocorre quando a população adulta, em idade ativa, é maior e cresce mais rapidamente que as outras faixas etárias, como crianças e idosos. Com o aumento da população idosa, o IBGE alerta para a necessidade de adaptações nos serviços de saúde, que precisarão atender a demandas mais intensas e diversificadas da população envelhecida.