O governo federal anunciou nesta terça-feira (3) um conjunto expressivo de investimentos voltados para impulsionar cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais até 2029. O valor total de R$ 546,6 bilhões será distribuído entre recursos do setor privado, que soma R$ 296,3 bilhões, e linhas de crédito público de R$ 250,2 bilhões. O anúncio foi feito durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou o Programa Nacional de Pesquisa e Inovação para a Agricultura Familiar e Agroecologia (PNPIAF), com foco em promover avanços na transição agroecológica e no fortalecimento da sustentabilidade dos agroecossistemas.
Os projetos anunciados integram a Missão 1 da Nova Indústria Brasil (NIB), uma política industrial lançada em janeiro deste ano. A NIB estrutura-se em seis grandes áreas: agroindústria, saúde, infraestrutura urbana, tecnologia da informação, bioeconomia e defesa. O programa visa modernizar o parque industrial, ampliar a autonomia tecnológica do país e impulsionar a transição ecológica, com metas previstas até 2033. Para isso, utiliza instrumentos como subsídios, empréstimos com juros reduzidos e estímulo à ampliação de investimentos.
Especificamente para a Missão 1, foram alocados R$ 198,1 bilhões em recursos públicos entre 2023 e 2024, enquanto outros R$ 52,18 bilhões estarão disponíveis até 2026. O setor privado, por sua vez, deverá investir os valores restantes até 2029, envolvendo diretamente dez organizações e associações agroindustriais. As prioridades incluem a expansão da agricultura de precisão, o estímulo à produção nacional de drones, o fortalecimento da cadeia produtiva de fertilizantes e biofertilizantes, além de investimentos na fabricação de máquinas agrícolas e seus componentes, visando reduzir a dependência de importações.
O Banco do Brasil, como novidade, foi integrado ao Plano Mais Produção (P+P), braço de financiamento da NIB, e irá destinar R$ 101 bilhões em linhas de crédito, elevando o total de recursos da política industrial para R$ 507 bilhões. Esse montante é complementado por outras instituições financeiras, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que contribuirá com R$ 259 bilhões, e a Caixa Econômica Federal, com R$ 63 bilhões. Recursos adicionais vêm da Finep, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e Embrapii.
A iniciativa reflete o compromisso do governo com a modernização do setor agroindustrial brasileiro, aliando tecnologia e sustentabilidade ao desenvolvimento econômico. Ao fomentar a produção local de insumos e equipamentos e integrar instituições financeiras no processo, o programa busca assegurar maior autonomia e competitividade para o Brasil nos mercados nacional e internacional.
Fonte: Agência Brasil