×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Como garantir uma estrutura financeira para a chegada de um filho?

.

Economia
Por Sandro Figueredo
29 de outubro de 2024 - 8h54
Foto: Divulgação/Ilustração?Reprodução

A chegada de um filho é um momento de alegria e expectativa, mas também, um grande desafio, principalmente no que diz respeito à organização financeira familiar.

No Brasil, a situação do controle financeiro durante a gravidez e o puerpério é alarmante. Um estudo recente da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP- Fiocruz) revelou que 60% das mulheres brasileiras não possuem um planejamento financeiro adequado para a chegada de um filho. Isso mostra uma falta de conscientização sobre a importância de preparar as finanças para esse período, que resulta em um aumento significativo das despesas e mudanças drásticas no estilo de vida familiar.

Uma outra pesquisa da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) indicou que apenas 20% das gestantes se sentem confiantes em relação à sua saúde financeira durante a gravidez, enquanto cerca de 32% afirmaram que o primeiro ano após o parto é cheio de desafios financeiros. A ausência de um planejamento eficaz pode afetar não só o bem-estar da mãe e da criança, mas também a estabilidade econômica da família como um todo.

Esses números mostram a necessidade de debater e implementar estratégias financeiras adequadas para ajudar os futuros pais a gerenciarem suas finanças durante a gravidez e o puerpério.

O custo de criar uma criança é alto e exige planejamento e disciplina. Mas como se preparar, mesmo quando for uma gravidez não planejada?

Um bom planejamento financeiro deve começar antes ou durante a gravidez. Se você e seu parceiro estão pensando em ter filhos ou já estão grávidos, é fundamental iniciar o processo de organização financeira o quanto antes. Vamos falar de algumas etapas importantes que podem ajudar no seu planejamento?

  • Estabeleça um orçamento familiar

O primeiro passo é entender a situação financeira atual da sua família. Faça um levantamento completo das suas receitas e despesas mensais. Uma planilha no Excel ou aplicativo de Finanças podem ser ferramentas úteis para isso. Anote todos os gastos, desde os fixos, como aluguel e contas, até os variáveis, como lazer e alimentação.

  • Identifique e corte despesas desnecessárias

Após levantar suas despesas, identifique quais gastos podem ser reduzidos ou eliminados. Inclua assinaturas que não são utilizadas, refeições frequentes em restaurantes, Ifood ou compras por impulso. O objetivo é liberar mais espaço no orçamento para os novos gastos que surgirão com a chegada do bebê.

Foto: Divulgação/Ilustração?Reprodução
  • Crie uma reserva de emergência

Uma reserva de emergência não é menos importante do que cortar os gastos , especialmente quando um novo membro da família está a caminho. O ideal é acumular entre três a seis meses de despesas mensais em uma conta separada. Esse valor deve ser usado para cobrir imprevistos, como despesas médicas ou emergências financeiras que possam surgir.

O planejamento não pode ser feito sem a compreensão dos custos da gravidez e puerpério. Vamos entender melhor?

Compreendendo os custos

As despesas iniciais geralmente ocorrem antes e logo após o nascimento do bebê, como:

       •        Enxoval: Itens essenciais como berço, roupas, fraldas, carrinho, e cadeira para o carro.

       •        Móveis e decoração: Adequar o quarto do bebê inclui a compra de móveis e itens decorativos.

      •         Gastos com saúde: Consultas pré-natais, exames e o custo do parto (se não houver cobertura do plano de saúde ou quando tiver dificuldades de acesso à saúde pública).

Despesas contínuas

Após a chegada do bebê, os gastos se tornam contínuos, como:

       •        Alimentação: Se optar pela amamentação, os custos são menores inicialmente, mas eventualmente incluirão fórmulas e alimentos sólidos.

       •        Educação: Embora o ensino superior não esteja incluído nas estimativas de custos iniciais, as despesas com a educação infantil e escolarização podem se acumular ao longo dos anos (quando o acesso à educação pública se torna difícil).

       •        Saúde: Gastos com consultas médicas, vacinas e eventuais emergências médicas (quando há docilidade de acesso à saúde pública).

Falando de acesso à saúde pública, muitas vezes inviável ou demorada, o plano de saúde se apresenta como uma ótima saída para a mãe e o bebê. O que fazer o nesse caso?

Pesquise e escolha um plano de saúde que atenda às necessidades da sua família e que cubra a gestação. Verifique as carências e certifique-se de que você terá cobertura para o parto.

Após o nascimento, você deve incluir o bebê no plano de saúde. Lembre-se de que, por lei, há um prazo de 30 dias após o nascimento para que isso seja feito sem a necessidade de cumprir carências adicionais.

Foto: Divulgação/Ilustração?Reprodução

Estruturando a nova realidade financeira

O bebê chegou! É hora de ajustar o orçamento e reavaliar as finanças.

Reavalie seu orçamento para incluir as novas despesas. Faça ajustes para acomodar os custos adicionais e mantenha um acompanhamento regular das finanças para evitar surpresas.

Se possível, busque formas de aumentar sua renda. Isso pode incluir trabalhos freelance, venda de produtos ou serviços, ou até mesmo a exploração de hobbies que possam gerar renda. A ideia é criar uma rede de segurança financeira enquanto cuida do novo membro da família.

Além de gerenciar as despesas atuais, é essencial pensar no futuro da criança, utilizando estratégias de investimento que podem ajudar.

Criar uma conta de poupança específica para a educação do seu filho pode ser uma maneira eficaz de garantir que você tenha os fundos necessários quando chegar a hora da matricula em uma escola.

Vamos falar de algumas ótimas opções de investimento para o futuro do bebê?

       •        Tesouro Direto: O Tesouro Selic e o Tesouro IPCA podem ser boas opções para esse tipo de investimento, pois oferecem segurança e rendimentos que superam a inflação (no atual cenário).

      •         Previdência Privada: Uma previdência privada como VGBL, pode ser vantajosa. O VGBL permite um resgate no caso da falta de um dos pais.

Contratar um seguro de vida também é uma forma de garantir que sua família esteja protegida financeiramente em caso de imprevistos. Isso é especialmente importante quando há crianças pequenas que dependem financeiramente dos pais.

Mas para esses dois últimos passos que apresentei, se faz necessário uma ótima educação financeira. Vamos falar sobre?

  • Educação Financeira

É muito importante considerar a educação financeira não apenas para os pais, mas também para a criança. Ensinar sobre finanças desde cedo vai ajudar a preparar o filho para tomar decisões financeiras sábias no futuro.

Invista em livros e materiais didáticos que ensinem sobre dinheiro e finanças pessoais. À medida que a criança cresce, converse com ela sobre a importância da economia e do investimento.

Uma boa forma de ensinar é através da prática de dar mesada. Considere dar uma mesada, onde a criança pode aprender a gerenciar seu próprio dinheiro, economizar para objetivos e fazer escolhas de consumo.

Uma segunda forma é levá-los às compras e dizer o orçamento que a família possui, dessa forma, mostrando que “nem tudo pode” e que se estourar o orçamento, alguns itens da cesta deverão ser retirados.

Hoje conscientizamos que garantir uma estrutura financeira sólida para a chegada de um filho é desafiodora, mas com planejamento, disciplina e educação, é possível criar um ambiente estável e seguro.

Desde o controle das despesas até o planejamento para o futuro, cada etapa é importante para garantir que a família esteja preparada para essa nova fase da vida.

Ao investir em sua saúde financeira e na educação financeira do filho, a família não está apenas assegurando um presente confortável, mas também um futuro brilhante.

O conteúdo dos artigos é de responsabilidade exclusiva dos autores e não representa a opinião do J3News.