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Mostra Cinemateca Brasileira estará em cartaz na Uenf na semana que vem

O Cine Darcy foi responsável por articular a parceria com a Cinemateca, realizar a curadoria, e montar toda a programação com debate e convidados

Cultura
Por Redação
21 de setembro de 2024 - 13h20
Foto: Divulgação

A mostra “Cinemateca Brasileira: Resistências Cinematográficas” vai exibir gratuitamente quatro obras-primas do cinema nacional: “Eles Não Usam Black Tie”, “Terra em Transe”, “O Que É Isso Companheiro?’ e “Cabra Marcado Para Morrer” nos dias 25 e 26 de setembro, na sala Cine Darcy, na Uenf.

O tema da mostra é uma reflexão sobre o contexto histórico e político do Brasil nas últimas décadas, explorando narrativas que abordam  desde a ditadura militar até as lutas de classe. Cada filme oferece uma visão crítica sobre os eventos que moldaram a nossa sociedade, estimulando o debate sobre a história brasileira.

Os debates pós-sessão contarão com a presença de mestres e doutorandos em história, geografia e ciências sociais, que trarão uma análise sobre os temas abordados nos filmes, proporcionando ao público uma oportunidade de pensar o cinema como ferramenta de reflexão social.

O Cine Darcy foi responsável por articular a parceria com a Cinemateca, realizar a curadoria, e montar toda a programação com debate e convidados.

PROGRAMAÇÃO:
25 de setembro
13h – Terra em Transe (Dir. Glauber Rocha)
19h – Eles Não Usam Black Tie (Dir. Leon Hirszman)
Mesa de Debate: “Narrativas de Luta e Resistência: O Brasil Operário em Cena”
Convidados: Kiko Anderson e José Marcos P.P. Freitas

26 de setembro
13h – Cabra Marcado Para Morrer (Dir. Eduardo Coutinho)
19h – O que é Isso Companheiro? (Dir. Bruno Barreto)
Mesa de Debate: “Contextos Históricos e Representações Cinematográficas da Ditadura e Resistência no Brasil”
Convidados: Juliana Lima e Charles Gonçalves Ferreira

TERRA EM TRANSE
O jornalista e poeta Paulo Martins oscila entre diversas forças políticas que lutam pelo poder no fictício país de Eldorado: D. Porfírio Diaz, um líder de direita e político de tradição, D. Felipe Vieira, governador da Província de Alecrim, líder populista e demagógico, e D. Julio Fuentes, poderoso empresário dono de um império de comunicação. Numa conversa com a militante Sara, Paulo conclui que o povo de Eldorado precisa de um líder e que Vieira possui tais atributos. Eldorado encontra-se entre o golpe de estado e o populismo, entre a crise e a transformação. E Paulo, dividido entre a poesia e a política, agoniza sem conseguir solucionar as incoerências de Eldorado e as suas próprias contradições.


ELES NÃO USAM BLACK TIE
O filme debruça-se sobre os conflitos, contradições e anseios da classe trabalhadora no final dos anos 1970, na crise final da ditadura militar. Tião, jovem operário, namora Maria, colega de fábrica. Quando toma conhecimento de que ela está grávida, resolve marcar o casamento. Mas as dificuldades financeiras do casal são imensas. Nisso eclode uma greve. Otávio, pai de Tião, líder sindical veterano, adere à greve mesmo contrariado com a decisão da categoria, que lhe parece precipitada. O filho, indiferente à luta do pai e dos colegas, fura a greve. O conflito então explode no interior da família.


CABRA MARCADO PARA MORRER
Em 1962, o líder da liga Camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem de latifundiários. Um filme sobre sua vida começa a ser rodado em 1964, com a reconstituição ficcional da ação política que levou ao assassinato, e com a produção do CPC da UNE e do Movimento de Cultura Popular de Pernambuco, e direção de Eduardo Coutinho. As filmagens com a participação de camponeses do Engenho Galiléia (PE) e da viúva de João Pedro, Elizabeth Teixeira, são interrompidas pelo Golpe Militar em 1964. Dezessete anos depois, em 1981, Eduardo Coutinho retoma o projeto e procura Elizabeth Teixeira e outros participantes do filme interrompido, como o camponês João Virgílio, também atuante em ligas. O tema central passa a ser a história de cada um deles que, estimulados pela filmagem e revendo as imagens do passado, elaboram para a câmera os sentidos de suas experiências. João Virgílio conta a tortura e a prisão que sofreu neste período. Enquanto Elizabeth, que havia mudado de nome e vivia refugiada numa pequena cidade da Bahia com apenas um de seus dez filhos, emerge da clandestinidade e reassume sua identidade. Ela também fala de sua prisão e do rencontro com os filhos, antes dispersos por várias cidades do Brasil, e da tentativa de reconstituir suas vidas.


O QUE É ISSO, COMPANHEIRO?
O Brasil atinge o auge da ditadura militar após a decretação do AI-5, em dezembro de 1968. O Ato Institucional número 5 provoca radical censura à imprensa, assim como a perda dos direitos civis do cidadão brasileiro. Inúmeros militantes de esquerda eram presos e torturados. Em meados de 1969, um grupo de jovens da classe média carioca opta pela clandestinidade e pela luta armada. Para romper o “muro do silêncio” da imprensa, esses jovens pertencentes ao movimento clandestino de esquerda MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), tramam o primeiro sequestro de um embaixador com fins políticos. O alvo foi o embaixador americano (Alan Arkin), mantido em cativeiro pelos sequestradores que, para libertá-lo, exigem a leitura de um manifesto em cadeia de televisão e a libertação de 15 companheiros presos.

Fonte: Ascom