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Adolescente de 13 anos morre por febre maculosa em Campos

Ao todo, foram registrados quatro casos da doença no município só este ano, sendo que dois evoluíram para óbito

Campos
Por Redação
25 de junho de 2024 - 18h09
Foto: Divulgação/Secom PMCG

Campos já obteve a confirmação laboratorial de quatro casos de febre maculosa este ano, sendo que dois evoluíram para óbito, ou seja, uma taxa de letalidade de 50%. Desde 2021, a doença causada pela bactéria do gênero Rickettsia rickettisii vem sendo registrada ao longo do ano no município, entretanto, a Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SUBVS) alerta a população para o período de sazonalidade, que tem maior incidência nos meses de junho a outubro.

O óbito mais recente foi de um adolescente de 13 anos e aconteceu no dia 20 de junho. Morador de Goitacazes, ele deu entrada no Hospital São José (HSJ) no dia 19, com sintomas como febre, cefaleia, vômito e dor abdominal. Anteriormente, um homem de 37 anos, morador da localidade Santo Amaro, na Baixada Campista, foi a óbito no dia 5 de abril, também por febre maculosa.

Também está em investigação o óbito de um homem de 59 anos. Ele deu entrada na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) de Farol de São Tomé, no dia 20 de junho, com falta de ar, febre, náuseas, vômito, entre outros sintomas. Transferido para o HSJ no mesmo dia, o quadro evoluiu para febre hemorrágica e o paciente foi a óbito no dia 21.

Sintomas

O diretor de Vigilância em Saúde, o infectologista Rodrigo Carneiro, explica que a febre maculosa, transmitida aos seres humanos por carrapatos, especialmente os do gênero Amblyomma sculptum (carrapato-estrela), é uma doença de início súbito, que lembra um pouco a dengue. Os pacientes iniciam com quadro de febre, dores pelo corpo, dor abdominal, náusea, vômito, mas a febre maculosa tem algumas características, principalmente as lesões de pele.

“Normalmente essas manchas avermelhadas se originam nas extremidades, que são mãos, punhos, pés e tornozelos e, posteriormente, vão se espalhando pelo corpo. O importante é conscientizar a população de que quem transmite a febre maculosa é um carrapato, então, os trabalhadores rurais, pessoas que habitam em áreas rurais ou na interseção entre áreas urbana e rural, onde haja pasto, campo de futebol, principalmente com presença de animais, devem vasculhar a superfície de seu corpo e procurar a presença de carrapatos e, caso forem encontrados, devem ser retirados. As pessoas devem procurar auxílio médico caso os sintomas de febre, dores pelo corpo, dor abdominal, dor de cabeça apareçam e não melhorem nas primeiras 24 horas, sempre informar ao profissional de saúde da presença ou do risco de carrapatos no entorno de onde moram”, orienta o médico.

Ações de prevenção

Ainda de acordo com o especialista, Campos e região são consideradas áreas endêmicas da febre maculosa, então, todos os anos terá a repetição do número de casos. O combate à doença parte do poder público, mas também da conscientização da população e, para mitigar esse impacto, a Subsecretaria de Vigilância em Saúde e o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) irão realizar uma visita técnica ao Local Provável de Infecção (LPI) do adolescente, nesta quarta-feira (26). O objetivo é fazer uma varredura atrás de possíveis locais com alta prevalência da presença do carrapato, que é o transmissor da bactéria.

“A principal forma de prevenção é, se possível, não entrar em áreas de mata ou de pasto. Se isso for inevitável, tente proteger a superfície do corpo com calças, blusas de manga longa, calçados fechados e fique somente o tempo necessário. Logo após a saída desse local, a superfície do corpo deve ser vasculhada quanto à presença de carrapato”, reforçou Rodrigo Carneiro.

Também será realizada uma campanha educativa para a população daquela região, principalmente na escola onde o adolescente estudava. Outra frente de trabalho será o treinamento das equipes de saúde que fazem o atendimento, principalmente da população da Baixada Campista.

Fonte: Secom/PMCG