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Nutrição Enteral é aliada para recuperação da saúde

Nutricionista responsável técnica da Nutrimed, Marina Nogueira, explica a importância dessa dieta para os pacientes

Saúde
Por Redação
23 de junho de 2024 - 0h01
Especialista|Marina Nogueira dieta mantém função intestinal (Foto: Josh)

A desnutrição é tida como uma das doenças mais prevalentes no ambiente hospitalar e, para pacientes que não conseguem se alimentar de maneira adequada pela boca, mas possuem o trato gastrointestinal funcionante, a nutrição enteral é fundamental para a recuperação da saúde. Marina Nogueira, nutricionista responsável técnica pelo setor de nutrição enteral e fórmulas infantis na Nutrimed, em Campos, compartilha mais informações sobre a abordagem.

A nutrição enteral é a técnica que envolve a administração de alimentos diretamente no estômago ou intestino através de sondas ou tubos, adaptados caso a caso, considerando que a abordagem depende das necessidades de cada paciente. A nutricionista destaca que “as principais vias de acesso incluem a sonda nasogástrica, inserida pelo nariz até o estômago; a nasoenteral, que vai até o intestino delgado para casos de intolerância gástrica e refluxo; e a orogástrica, inserida pela boca até o estômago. Para períodos prolongados, as opções são as ostomias, como a gastrostomia que envolve a inserção de um tubo diretamente no estômago através da parede abdominal e a jejunostomia, similar à gastrostomia, mas com o tubo inserido no intestino delgado”, informa.

De acordo com Marina, uma equipe multiprofissional é quem define a melhor abordagem para cada caso, com o médico indicando e prescrevendo a terapia nutricional enteral e fazendo a escolha da via de acesso, bem como os dispositivos mais adequados para a administração de nutrientes com base na previsão do uso da dieta, condições clínicas e riscos associados. “Nutricionistas agem em conjunto com médicos para elaborar a dieta a partir das necessidades específicas do paciente e ajustar ao longo do tratamento para uma abordagem personalizada e eficaz”, pontua.

Sobre as dietas da nutrição enteral, Marina comenta que existem as de sistema fechado, industrializadas, que são prontas para uso, e, também, as dietas de sistema aberto, com a necessidade de manipulação antes da administração, além de um maior cuidado para fazer o controle higiênico sanitário, dando o benefício de uma maior personalização de acordo com a necessidade individual do paciente.

Por que a nutrição enteral?
Segundo Marina, essa abordagem reduz o risco de complicações relacionadas à desnutrição. “Por ser a forma mais similar de alimentação em relação à ingestão normal de alimentos, ela mantém a função intestinal, prevenindo a atrofia da mucosa; propicia uma melhor absorção dos nutrientes para pacientes com dificuldades na digestão ou absorção; auxilia na melhora do estado nutricional do paciente, fortalecendo o sistema imunológico e, assim, acelerando a recuperação; além de ser de fácil administração, podendo ser realizada em casa com os cuidados necessários pelos cuidadores do paciente”, diz.

“A nutrição enteral é indicada quando o paciente não consegue se alimentar de maneira adequada pela boca, mas seu trato gastrointestinal completo ou uma parte dele está funcional. Exemplo: Doenças neurológicas, câncer, desnutrição, pós-cirúrgico etc. A nutrição enteral também pode ser indicada para pacientes neonatos e pediátricos em casos de prematuridade, doenças congênitas, neurológicas e dificuldade de crescimento”, completa Marina. A nutrição enteral é contraindicada em casos de obstrução intestinal, hemorragia gastrointestinal grave, íleo paralítico, má absorção intestinal severa, instabilidade hemodinâmica, entre outros. Em alguns desses casos a nutrição do paciente pode ser substituída pela Nutrição Parenteral Complicações relacionadas à nutrição enteral podem surgir. “Complicações comuns incluem a obstrução da sonda, intolerância gastrointestinal, desidratação, desequilíbrios eletrolíticos, infecções, alterações metabólicas como hiperglicemia, e problemas mecânicos como desconexões da sonda. Por esses motivos, os pacientes em uso de terapia nutricional enteral necessitam de um monitoramento rigoroso”, avalia.