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Sistema de integração só no segundo semestre

Obras dos terminais avançam, mas solução definitiva ainda está distante

Especial J3
Por Cíntia Barreto
7 de abril de 2024 - 0h01
Fotos: Josh

O transporte público permanece como um dos principais desafios a serem enfrentados em Campos dos Goytacazes. Solucionar este problema era uma das principais promessas de governo do prefeito Wladimir Garotinho. Entretanto, em seu último ano de mandato, ainda se encontra sem solução. Em março de 2023, a Prefeitura anunciou o início das obras de três estações de integração entre ônibus e vans: uma em Donana, outra em Ururaí e a terceira em Travessão, visando beneficiar toda a população. Em junho de 2022, o presidente do Instituto Municipal de Trânsito e Transportes (IMTT), Nelson Godá, indicou que a expectativa era de que os terminais fossem concluídos entre 90 a 120 dias após a licitação da empresa contratada, agendada, até então, para 28 de julho do mesmo ano. Mas, até a presente data, nenhuma das estações foi concluída e o sistema não está em operação. De acordo com a Prefeitura, a de Travessão e Donana devem ser entregues no segundo semestre deste ano, enquanto a de Ururaí ainda será construída.

Em obras|Assim como o terminal de Donana, o de Travessão está com a estrutura em fase de finalização

A equipe de reportagem do J3News percorreu os locais onde ocorrem as obras dos terminais de Donana e Travessão. Ambas as estações estão com parte da estrutura pronta. Questionado sobre o andamento da construção, o IMTT confirmou que as estações estão em fase de conclusão de toda a sua parte estrutural.

“Será feita a formulação da subestação de rede elétrica, para comportar a carga de energia que será necessária para ambas as estações. E, ainda, terminando a parte de drenagem do entorno e de cercamento para, depois, passar para a etapa de mobiliário, de outros acessórios à estruturação das estações, como catracas, dispositivos de informação de tempo, bancos, lixeiras e a questão de mobiliário em geral”, detalhou em nota o órgão.

Já as obras da estação da localidade de Ururaí ainda não começaram. A princípio, o terminal seria construído na Praça Maurício Alain, mas, após reivindicação dos moradores do local, foi definida a mudança para a Estrada do Araçá. De acordo com o presidente da Associação de Moradores de Ururaí, Legino Moreira dos Santos, a praça é uma das principais áreas de lazer e integração da comunidade e ainda abriga uma tradicional igreja católica. Por isso, não seria possível a construção da estação naquele local.

Morador|Legino dos Santos

“Nós, moradores de Ururaí, nos unimos para que a estação não fosse construída aqui. De repente, o poder público cercou a praça, não fomos comunicados de nada, então, tivemos que agir rápido. Depois, conversamos com o prefeito e ele entendeu os nossos motivos. Não somos contra a construção da estação de integração, pelo contrário, entendemos que o transporte público precisa melhorar. Mas não poderíamos perder a praça. Além disso, esse local não tem estrutura  para receber esse tipo de empreendimento”, explicou.

Ururaí|Obras do terminal não começaram e área está tomada por lixo

Durante a produção da reportagem, a equipe do J3News foi à Estrada do Araçá buscar alguma informação sobre a estação da localidade, mas se deparou com terrenos abandonados repletos de lixos. Moradores do entorno disseram não saber sobre o assunto. Em relação às obras ainda não terem começado, o IMTT esclareceu que está aguardando a publicação do governo, do termo aditivo ao contrato, que fará a alteração da Praça de Ururaí para a Estrada de Araçá.

“Ainda estamos aguardando essa publicação, que está com o prefeito que, por sua vez, indicou que deve sair neste mês de abril. Com isso, a entrega da estação de Ururaí tem uma previsão de 90 a 120 dias a partir do seu início de implantação”, informou a nota.

Além das três estações de integração citadas, a Prefeitura ainda explicou que também haverá, em algumas localidades, terminais finais, para dar maior conforto à população.

“Terá também ‘miniterminais’ nos pontos terminais de algumas linhas, de algumas regiões, como Santo Eduardo, Três Vendas e Serrinha. Entretanto, ainda está em fase de estudo pelo IMTT”, informou o órgão. O valor total da obra para a construção das três estações é de cerca de 15 milhões.

Sistema de bilhetagem eletrônica
Segundo o presidente do IMTT, Nelson Godá, as três novas estações de integração vão ser entregues com a implantação do sistema de bilhetagem eletrônica, a qual permitirá a integração tarifária.

Nelson Godá, presidente do IMTT – Foto: Silvana Rust

“A população pagará uma única tarifa, através da integração feita pela habilidade eletrônica, que também, neste mês de abril, será republicado o edital para a licitação”, explicou. Nelson ainda confirmou que, a partir do funcionamento das estações, um aplicativo estará disponível também para que a população possa verificar horário e itinerário de circulação dos veículos em tempo real.

População reclama de transporte público
A estudante Dalete  Ribeiro informou que todos os dias precisa sair 40 minutos antes do término de sua aula para não perder a última van para Travessão. Além do transtorno diário, segundo ela, ainda tem um gasto financeiro que pesa no bolso.

“Ônibus praticamente a gente não vê aqui. Utilizamos as vans que circulam durante o dia de segunda a sexta-feira, mas nos fins de semana e feriados, não podemos contar com elas. Além disso, só tem van do Centro pra cá (Travessão) até às 22h40. Se perder essa, fica muito difícil vir embora. Eu gasto R$7 de ida e volta, que é o valor da passagem da van. Além disso, gasto também mais de R$15, todos os dias, valor que o carro de aplicativo me cobra referente à corrida do local onde estudo até a rodoviária. Pago isso tudo porque não posso perder a última van”, contou Dalete.

A empresária Alcione Almeida, moradora de Ururaí, também admitiu que quem depende de transporte público na localidade passa pelos mesmos problemas.

“Há muita reclamação sobre isso. É ruim, demora demais, as pessoas ficam reféns dos transportes públicos para conseguirem ir para o Centro porque é longe daqui, mas isso também não é de agora, já é um problema antigo e não só de Ururaí. A gente espera que essas estações de integração ajudem a resolver o problema das localidades. Queremos uma Ururaí melhor, independente de quem esteja no governo”, desabafou ela. 

Julia Alves, que também é estudante e mora em Donana, contou que as vans que fazem o trajeto da localidade para o Centro, normalmente, estão cheias em dias de semana. Já no final de semana, o número de veículos diminui consideravelmente. “Isso prejudica muito os moradores daqui, pois, durante a semana as vans estão sempre lotadas. Às vezes não dá nem para a gente entrar. E nos sábados, domingos e feriados ficamos com dificuldade de acessar a área central do município”, reclamou.

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