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Campos a caminho das restaurações

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Opinião
Por Redação
17 de março de 2024 - 0h01
Asilo do Carmo (Foto: Silvana Rust)

Construído há 178 anos, quando Campos era o maior produtor de açúcar do país, o Solar de Santo Antônio, hoje Asilo do Carmo, incomoda os olhos dos que passam pela avenida 28 de Março, e constatam seu abandono. Os que entram certamente vão às lágrimas, ao ver pessoas idosas instaladas ao lado de um prédio que já foi imponente um dia e agora esquecido.

Um prédio de arquitetura colonial construído em 1846 por Joaquim Pinto Neto dos Reis, o Barão de Carapebus, e que hospedou o Imperador Dom Pedro II, com ocasião da inauguração do primeiro sistema de energia elétrica da América latina nunca deveria, e não pode continuar agonizando.

A boa notícia é que o Solar de Santo Antônio está na fila dos prédios de valor histórico arquitetônico de Campos à espera de restauração, já com verba destinada de R$ 32,92 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Seleções (Leia aqui).

Acertada a decisão do prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, que articulou em Brasília a inclusão do Solar em obras de restauração: a memória, a história e a cultura do município agradecem.

É bom lembrar que existem outros prédios de iguais importâncias e em situações similares de abandono, tais como o Solar do Colégio – esse já com verba alocada – e o Solar dos Ayrizes, sem contar outros mais contemporâneos como o doado à prefeitura para ser o Museu Olavo Cardoso.

O Solar de Santo Antônio, desde os anos 1904 passou a ser Asilo da Velhice Desamparada. Em 1946, o prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (Iphan).

Inevitável a trágica constatação que o prédio do nosso passado fora tratado como algo antigo, de valor menor. Os idosos que passaram a habitá-lo com toda certeza garantiram a sobrevida do Solar até aqui. Em suma, os homens passam, mas suas obras grandes obras devem continuar de pé.