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Muito além de um reparo estético

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Opinião
Por Redação
4 de fevereiro de 2024 - 5h01
Foto: Silvana Rust

Buscando resolver um problema estético, funcional e até mesmo de mobilidade, a Prefeitura publicou edital de licitação para a construção do que chama de Complexo Comercial dos Feirantes na centenária Praça da República.

No mínimo vai reparar um equívoco paisagístico, ocorrido em 1981, quando um puxadinho metálico cobriu uma grande área do entorno de um dos mais icônicos prédios de valor arquitetônico da cidade, o Mercado Municipal, inaugurado em 1921.

Tratando deste assunto, há sete anos o J3News, ainda Jornal Terceira Via, provocou “Como deixaram isso acontecer?”. A manchete interrogativa mostrava o prédio do Mercado sufocado entre a Feira Livre e o Camelódromo então, em fase de construção.

O fato é que deixaram, e agora começam a desfazer, dividindo opiniões, como acontece em todas as mudanças. Transferir a Feira Livre do Mercado para a subutilizada Praça da República, a uma distância de 500 metros parece uma decisão acertada. Mas, antes, é preciso abrir o diálogo com os feirantes e as entidades que defendem o patrimônio arquitetônico histórico, para que o projeto saia com o maior consenso possível.

A mudança, se ocorrer na forma do projeto, melhorará as condições de trabalho dos feirantes e o acesso dos consumidores, em uma área bem maior, onde, por exemplo, será possível ampliar a peixaria e instalar outros equipamentos de atrativos gastronômicos. 

É compreensível alguma resistência dos mais antigos que invocam a tradição na defesa dos seus argumentos. Lembrar aqui que a tradição foi quebrada por aquela estrutura metálica que se dizia moderna e que na época chegou a receber elogios.

O fato é que a obra que se anuncia vai muito além de um reparo estético. Pronta, será uma intervenção importante na área central, facilitando feirantes e consumidores e, de quebra, veremos, pelo menos, uma parte do belo prédio do Mercado que poderá respirar e ser apreciada.