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Em Campos, é criado o “Memorial Cambahyba, Ditadura nunca mais”

Evento marca o início de reflexão histórica pelos 60 anos do Golpe MIlitar de 1964

Memória
Por Redação
7 de dezembro de 2023 - 7h52
Foto: Reprodução Redes Sociais

Um grupo de intelectuais, estudantes, representantes de universidades, políticos e instituições, além de trabalhadores rurais, participaram de um encontro na tarde de quarta-feira (6), em Campos dos Goytacazes, para a criação do “Memorial Cambahyba, ditadura nunca mais”. A iniciativa é chamar a atenção da sociedade brasileira pelos 60 anos do Golpe Militar de 1964, que acontecerá no ano que vem. A antiga usina de açúcar é apontada por historiadores por supostas incinerações em seus fornos, de corpos de pessoas que eram contrárias ao Regime Militar, e que desapareceram na época.

Os organizadores do memorial querem transformar os fornos da usina em símbolos contra os crimes da ditadura militar. No extinto parque industrial de Cambayba, foi criado o assentamento Cícero Guedes organizado pelo Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), reconhecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Fotografias de pessoas desaparecidas durante o Regime Militar (1964-1985) foram levadas pelos manifestantes que se reuniram em Cambahyba, zona rural de Campos.

De acordo com os organizadores, nos fornos da usina foram incinerados os corpos de diversos presos políticos, mortos nas prisões da ditadura. Até o momento foram identificados 12 corpos, por confissão de crime: Ana Rosa Kucinski Silva (ALN); Armando Teixeira Frutuoso ( PCdoB); David Capistrano (PCB); Eduardo Collier Filho (APML); Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira (APML); João Batista Rita Pereda (VPR); João Massena Melo (PCB); Joaquim Pires Cerveira (FLN); José Roman (PCB); Luiz Inácio Maranhão Filho (PCB); Thomáz Antônio da Silva Meirelles Neto (ALN); Wilson Silva (ALN).

Fotos de pessoas desaparecidas no Regime Militar

Participaram do evento representantes da Associação Brasileira de Imprensa, Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, Central Única dos Trabalhadores, Coletivo Fernando Santa Cruz, Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, Comissão dos Direitos Humanos e Cidadania da ALERJ, Universidade Estadual do Norte Fluminense, Universidade Federal Fluminense, entre outras instituições.