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Prefeito de Macaé manda fechar quiosque após denúncia de racismo

Dia D Antirracista vai acontecer na próxima segunda-feira

Região
Por Redação
20 de outubro de 2022 - 8h38

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Prefeito Welberth Resende se reúne com Procurador Geral e com inetrantes do governo (Foto: Secom/Macaé)

No último fim de semana um caso de racismo na cidade de Macaé repercutiu nas rede sociais e na imprensa. A dentista Perla Spozito, de 24 anos, foi alvo de injúria racial cometida pelo comerciante responsável por um quiosque que fica na Praia do Pecado. Ela foi chamada de “neguinha” juntamente com uma amiga, ao tentar usar o banheiro do estabelecimento. Em entrevista concedida ao site Uol, a jovem contou que o homem identificado pelo nome de Ronaldo, a tratou com ódio sem motivo e a mandou “voltar para a favela”. O caso fez com que a Prefeitura de Macaé iniciasse uma ação de combate ao racismo. A reportagem do Terceira Via entrou em contato com assessoria do prefeito Welberth Resende nesta quinta-feira (20) para falar sobre medidas administrativas.

De acordo com a Prefeitura de Macaé, o governo começou a definir na terça-feira (18) medidas que reforçam o combate ao racismo e atos discriminatórios em espaços públicos da cidade. Por determinação do prefeito Welberth Rezende, o Procurador Geral do Município, Fabiano Paschoal, vai acionar a Coordenadoria Especial de Posturas, que irá lacrar o quiosque situado na orla da Praia do Pecado. A medida também exige a desocupação imediata do espaço.

A dentista Perla Spozito foi vítima de racismo em Macaé (Rede Social)

A ação do governo segue como base os fatos apurados pela Secretária Municipal de Igualdade Racial, Zoraia Braz, junto ao gabinete da vereadora Iza Vicente, após o caso de racismo denunciado por duas jovens negras que frequentaram o local no último domingo (16).

“O caso é lamentável e requer a definição de medida mais enérgica que representa a nossa tolerância zero contra atos de racismo em nossa cidade. Além de lacrar o local, vamos determinar também a desocupação daquele espaço que pertence ao patrimônio do município”, declarou o prefeito.

Racismo na Prefeitura

O Governo de Macaé também manifestou apoio ao servidor que sofreu racismo, na terça-feira (18), na recepção da prefeitura. Uma mulher foi presa em flagrante após ser abordada pela equipe da Guarda Municipal. O caso foi registrado na delegacia de Macaé.

Nota Oficial da Prefeitura de Macaé

“Diante do caso de racismo ocorrido no domingo (16) em Macaé, a Prefeitura informa que já determinou à Procuradoria Geral do Município e à Secretaria Municipal de Promoção à Igualdade Racial que medidas administrativas e judiciais sejam tomadas diante desta grave agressão.

A Prefeitura reafirma seu repúdio a toda forma de racismo ou preconceito e que não deixará de se posicionar e agir neste e em outros casos”, conclui a nota.

Dia D Macaé antirracista

A Prefeitura vai realizar na próxima segunda-feira (24), o dia D Macaé-cidade antirracista, dando início a uma campanha de mobilização no município. A ação será realizada às 9h, nas secretarias municipais e visa abranger todos os servidores que vão se concentrar à frente dos espaços de trabalho para destacar a importância da conscientização de combate ao racismo.

Cada secretaria vai se organizar para promover a atividade, sendo todas no mesmo horário. Cada espaço poderá apresentar mensagens, cartazes e destacar palavras de reflexão. Funcionários que atuam no Centro Administrativo Luiz Osório (Cealo) e Paço Municipal vão se unir na frente do Cealo junto à Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Zoraya Braz e sua equipe e secretários de pastas diversas.

Também haverá ações em secretarias como, a de Saúde e de Educação, esta por exemplo, vai integrar na Cidade Universitária profissionais e participantes do Programa de História Cultura Afro-Brasileira e Indígena da Educação, que visa destacar o reforço da implementação e aplicabilidade das leis 10639/03 e 11645/08, que obrigam o Estudo da História Africana, Afro-Brasileira e Indígenas.

“Será um momento de união de forças, de reflexão, mobilização e conscientização. A intenção é que aqueles que ainda pensam ou têm práticas racistas mudem de conduta e não pratiquem atos discriminatórios. A finalidade é que eles pensem muito antes de efetivar qualquer ação racista”, destaca Zoraia.

A partir do lançamento da campanha, que será contínua, serão utilizadas ferramentas publicitárias, como cartazes, outdoors, busdoor, camisetas, botons e artes específicas que vão possibilitar o internauta usar a logomarca da campanha no avatar das redes sociais. Também está prevista a promoção de ações como rodas de conversas nas escolas municipais.

* Com informações do Uol e da Secretaria de Comunicação de Macaé.